Na primeira etapa do trabalho será atendido um grupo fazendas da Zona da Mata cadastradas no programa. Técnicos da Emater-MG vão fazer durante um ano o acompanhamento de propriedades localizadas em Juiz de Fora e mais nove municípios: Bom Jardim de Minas, Passa Vinte, Santa Rita de Jacutinga, Oliveira Fortes, Paiva, Rio Preto, Chácara, Chiador e Simão
Pereira.
De acordo com o coordenador do Minas Leite pela Secretaria da Agricultura, Rodrigo Venturin, “a utilização de boas práticas de produção é o foco do trabalho que será realizado nas fazendas”. O objetivo é agregar condições de melhoria dos produtos para consumo interno e que também possam tornar os laticínios de Minas mais competitivos e valorizados no Exterior, ele acrescenta.
Um dos suportes desse trabalho será o software criado pelo Minas Leite, com dados colhidos mensalmente em cada uma das propriedades cadastradas no programa. Os técnicos da Emater-MG vão analisar a qualidade do leite antes, durante e depois da aplicação das boas práticas, e com base nos resultados darão as orientações necessárias para os produtores fazerem os ajustes, inclusive com base nos parâmetros de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura.
Venturin acrescenta que as boas práticas de manejo recomendadas são de baixo custo.
? Incluem cuidados como a desinfecção e secagem das tetas das vacas, teste para descarte de leite que apresente eventualmente qualidade inferior, e o resfriamento imediato do produto após a ordenha ? destaca.
Para facilitar o atendimento às normas, após o período de orientação, os extensionistas vão deixar as orientações anotadas na agenda dos produtores e recomendar sua utilização no dia-a-dia da propriedade.
? O objetivo é buscar resultados imediatos. Essas normas possibilitam ganhos em primeiro lugar para os produtores que comercializam o leite apenas no mercado interno, porque já se tornou prática nas empresas de laticínios a remuneração do produto pela qualidade.
Segundo Venturin, o preço do litro pode alcançar atualmente até R$ 0,70, sendo cerca de 30% desse valor, ou R$ 0,19, pagos pelas empresas como diferencial pelo produto de qualidade.
Para o coordenador do Minas Leite pela Emater-MG, Elmer Almeida, a adoção de boas práticas agropecuárias é um segmento forte da atuação do programa.
? O trabalho para a implantação e aperfeiçoamento dessas práticas está ao lado da gestão da pecuária, controle zootécnico e contábil da atividade, que determinam o fim da improvisação nas propriedades leiteiras.
De acordo com Almeida, o programa destinado ao reforço das boas práticas será também mais uma oportunidade para o Minas Leite difundir informações sobre todos os aspectos ligados ao desenvolvimento das propriedades.
? Isso será feito por meio de dias de campo, palestras e outras atividades ? assinala.
O coordenador explica que as boas práticas não estão limitadas à produção de leite, mas alcançam também os produtores interessados em fazer o processamento do produto. Ele diz que o trabalho tem uma base sólida, porque conta com a parceria do Polo de Excelência do Leite e da Embrapa Gado de Leite, localizados em Juiz de Fora. A Embrapa vai fazer a análise laboratorial do leite para o acompanhamento da qualidade em todas as propriedades até completar, em dois anos, o giro por unidades demonstrativas da Emater-MG em 28 municípios da Zona da Mata.
Depois a orientação para o uso de boas práticas será levado a outras regiões de Minas, atendendo primeiramente os produtores cadastrados no Minas Leite. Para se cadastrar no Minas Leite, os produtores devem encaminhar solicitação, por meio de associações comunitárias, aos escritórios da Emater-MG.