Minas Gerais prorroga prazo para vacinação contra aftosa em municípios do semiárido

Serão beneficiados os municípios em estado de emergência; medida faz parte das ações para convivência com a seca desenvolvidas pelo governoA Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) prorrogou a vacinação dos bovinos contra a febre aftosa nos municípios localizados nas regiões do semiárido e que se encontram em estado de emergência devido à longa estiagem. De acordo com o secretário Elmiro Nascimento, a medida faz parte das ações para convivência com a seca desenvolvidas pelo governo de Minas e, neste caso, atende à solicitação dos pecuaristas, que alegam grandes dificuldades de manejo dos animais

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Seapa e responsável pela sanidade animal e vegetal no Estado, dividiu duas macrorregiões de Minas para a realização da segunda etapa de vacinação. A primeira microrregião é constituída das seguintes coordenadorias do IMA: Bambuí, Belo Horizonte, Curvelo, Guanhães, Juiz de Fora, Oliveira, Passos, Patos de Minas, Patrocínio, Pouso Alegre, Uberaba, Uberlândia, Varginha e Viçosa, e terão tolerância até o dia 17 de dezembro para que criadores comprem a vacina, imunizem seus bovinos e bubalinos até 24 meses de idade e declarem a vacinação nos Escritórios Seccionais do IMA. Já Almenara, Governador Valadares, Janaúba, Montes Claros, Teófilo Otoni e Unaí, na segunda microrregião, terão tolerância até o dia 31 de dezembro.

O secretário diz que um dos casos mais preocupantes no grupo dos municípios atendidos pela prorrogação do prazo de vacinação é Araçuaí. O município e cidades vizinhas, como Coronel Murta, Virgem da Lapa, Berilo, Itinga, José Gonçalves de Minas e Jenipapo de Minas tiveram neste ano um registro mínimo de chuva, segundo relatório da Emater-MG,também vinculada à Secretaria da Agricultura.

– Nesses locais, a aplicação da vacina, no momento, pode ocasionar maior número de morte de animais do que já vem ocorrendo devido à dificuldade de manejo dos bovinos para a vacinação – enfatiza Nascimento.

O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, também destaca as consequências da falta de chuvas no período de vacinação. Ele cita a falta de pastagem e água nessas regiões, levando o rebanho a ficar mais fraco.

– Por isso, não é indicado vacinar os animais nessas condições, já que isso influencia no resultado da vacinação. Ao vacinar um animal debilitado, a resposta imunitária não é tão eficaz, além dos prejuízos de mortalidade no momento de reunir o rebanho. Com o início das chuvas, os pastos e animais estarão em melhores condições. Porém, para as propriedades que não se encontram nessa situação, a vacinação deverá ser realizada em novembro, data oficial da segunda etapa da campanha – informa.

Meta será mantida

Para o secretário, a prorrogação da vacinação deverá possibilitar o cumprimento da meta estabelecida pelo governo do Estado para a segunda etapa da campanha contra a aftosa, que iria de 1º a 30 de novembro.

– O índice previsto é superior ao alcançado no mesmo período do ano passado, que foi de 98,28% do rebanho. A expectativa do governo de Minas, ao conceder o novo prazo, é garantir a imunização de aproximadamente 9,5 milhões de bovinos e bubalinos entre 0 e 24 meses – enfatiza.