Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, dia 17, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou que 33 servidores da pasta foram afastados em decorrência da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investiga uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais.
“São 33 servidores, num universo de 11 mil servidores do Mapa. Dos quais 2,3 diretamente na área de inspeção. Não significa nem representa de modo algum a postura do Mapa e de seus servidores”, disse.
De acordo com Novacki, os servidores irão sofrer processo interno de investigação; quatro funcionários comissionados já teriam sido exonerados.
O secretário-executivo disse ainda que, de 4,8 mil frigoríficos fiscalizados no país, 21 estão sob suspeita de fraudes em carnes e apenas três tiveram problemas comprovados e foram fechados – uma unidade da BRF em Mineiros (GO) e as plantas da Peccin em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR).
Segundo ele, o Ministério da Agricultura já havia alterado procedimentos de fiscalização desde o ano passado. “Uma portaria proibiu um dos fatos que culminou na operação (Carne Fraca), como a remoção de fiscais sem motivo aparente. Em novembro, através de portaria, acabamos com isso”, disse.
Fechamento de mercados
O Mapa teme fechamento de mercado após a descoberta de fraudes na fiscalização de frigoríficos. Autoridades dos Estados Unidos e da União europeia já teriam pedido esclarecimentos ao Brasil sobre a questão.
O ministro Blairo Maggi cancelou um período de recesso e tem reunião marcada para a próxima semana com embaixadores europeus para tratar do assunto das fraudes. Segundo Eumar Novacki, um novo regulamento de inspeção será assinado em 29 de março, e deve enrijecer as punições para fraudes em fiscalizações.