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Ministério da Agricultura incentiva a adoção de baias coletivas para gestação de suínos

Governo não quer tornar o novo sistema obrigatório, mas criou um programa de financiamento para estimular sua implantaçãoMinistério da Agricultura (Mapa) está fomentando a utilização de baias coletivas para gestação em criações de suínos, através do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro).

Atualmente, as criações em geral são dotadas de gaiolas individuais para gestação. Mas os consumidores têm exigido cada vez mais produtos provenientes de criações que prezem pelo bem estar animal, o que tem provocado mudanças no setor. A BRF, por exemplo, anunciou recentemente que dentro de 12 anos vai adaptar todos os fornecedores para o sistema de gestação em baias. 

– Até então a gente lidava com esse assunto como uma tendência e hoje, com a principal empresa de carne suína do país fazendo um posicionamento claro de que em 12 anos vai abolir as gaiolas de gestação e passar para um sistema de gestação coletiva e de que os novos projetos já serão no sistema de gestação coletiva, nós temos aí um caminho bem claro pra onde vai a suinocultura brasileira – afirma o analista de mercado Fabiano Coser.

O governo federal não pretende tornar o novo sistema uma regra, mas incentiva o produtor a adotar a gestação coletiva como forma de obter maior competitividade externa. Para tanto, o Mapa criou uma nova linha de crédito, o Inovagro.

– Temos uma linha de créditos específica para inovação agropecuária e essa mudança de sistemas é característica de uma inovação dentro da propriedade. Esse financiamento permite até R$ 1 milhão por produtor, ou no caso de cooperativas, até R$ 3 milhões, com juros subsidiados a 4% ao ano, e nós temos ali itens específicos para atendimento ao bem estar dos animais, assim como para adequação das instalações no que for necessário – afirma a coordendora de bem estar animal do Ministério da Agricultura, Lizie Buss.

Um dos principais motivos para manter as fêmeas em gaiolas é ter um melhor controle da alimentação e do manejo desses animais. Mas, com o avanço da tecnologia, esse impasse pode ser resolvido.

A solução para manter as fêmeas bem nutridas durante a gestação mesmo em baias coletivas é fornecer a alimentação por meio de máquinas com controle eletrônico. Dessa forma, não há risco de um ou outro animal comer menos do que deveria por causa de uma competição por comida.

A área de alimentação é fechada automaticamente quando um animal entra e, por meio da leitura de um chip na orelha, a máquina libera a quantidade programada de comida para aquele dia. O criador Rubens Valentini, de Planaltina (DF) utiliza a gestação coletiva há quatro anos, e afirma que os resultados são tão eficientes quanto no sistema de gaiolas.  

A gestão coletiva também tem como benefício oferecer menos estresse aos animais. 

– As fêmeas ficam mais dóceis, não ficam tão estressadas, agressivas, como no sistema convencional – garante o gerente da unidade de produção de leitões da propriedade, Marco Aurélio de Sousa. 

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