José Arnaldo Rodrigues cria cavalos mangalarga marchador há mais de 40 anos, em Sobradinho, no Distrito Federal. O haras tem 60 animais e nunca registrou um caso de mormo. Mesmo livre da doença, o criador garante que toma cuidados redobrados e evita levar seus cavalos para Estados com focos de bactéria.
– É muito preocupante porque é uma doença que não tem cura. Temos tem que ter um controle muito sério na entradas dos animais no haras. O exame onera em todos os aspectos, porque é muito caro, não são todos os laboratórios fazem e ele dificulta o transporte dos animais – pontua o criador.
A incidência de mormo, doença provocada por uma bactéria e que não tem cura, tem crescido em todo o Brasil. Em 2012, foram identificados 45 focos em 18 Estados. Em 2013, o número subiu para 52 e os Estados Rio Grande do Norte, Roraima, Espírito Santo e São Paulo foram os recordistas. Nos cinco primeiros meses deste ano, o Ministério da Agricultura já contabiliza nove focos em oito Estados. Apenas Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Piauí, Acre e Tocantins não registraram casos da enfermidade nos últimos três anos.
– Temos Estados sem alguma notificação e, recentemente, temos Mato Grosso, como primeiro foco confirmado e algumas suspeitas naquele Estado. Por ser uma zoonose, difícil para erradicar, que depende do sacrifício de animais, esses dados são preocupantes. O que tem acontecido é que aumentamos a vigilância; hoje, animais que transitam em diversos locais precisam ter resultado negativo para mormo – explica o chefe da Divisão de Sanidade de Equídeos do Ministério da Agricultura, Egon Vieira.
A preocupação é ainda maior com a proximidade das Olimpíadas em 2016, quando animais de todo o mundo desembarcarão no país. O governo federal garante que vai fazer um esquema especial para o evento.
– O Brasil tem uma proposta de isolamento desses animais em um sistema de quarentena, ou seja, todo o centro olímpico que vai recebê-los ficará como uma área de quarentena, totalmente isolado com controle de trânsito do aeroporto até essa unidade, e isso é aceito internacionalmente – detalha Vieira.
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