O trabalho envolve 258 recenseadores, todos de nível superior, que vão procurar as áreas de produção, identificados com crachá, boné, camiseta, bolsa, palm top (pequeno computador) e material de divulgação. Só nos Estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul vão trabalhar cerca de 60 recenseadores.
Ao anunciar, em entrevista coletiva, o início do censo, o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, disse que os recenseadores não farão perguntas que costumam incomodar os piscicultores, como questões sobre o licenciamento ambiental das áreas onde atuam, pois isso diz respeito a outro setor. Os produtores responderão a dois questionários, envolvendo apenas detalhes sobre a sua produção, esclareceu Gregolin.
A previsão é que, em dezembro, o país tenha conhecimento da real produção nacional de pescado, que em 2007 era estimada em 289 mil toneladas anuais, contra 87 mil toneladas em 1999. Os números particularizados serão divulgados apenas em fevereiro. O resultado do censo poderá revelar uma produção 20% maior que a atualmente conhecida, o que é importante, pois a produção mundial de pescado está crescendo significativamente, afirmou o ministro.
O Ministério da Pesca já realiza pesquisas estatística sobre os pescadores, por meio de convênios com entidades regionais, o que não é objeto do censo iniciado nesta quarta. No ano passado, foram firmados convênios para ampliar essa coleta de dados, considerada mais difícil na região Norte, devido às dimensões geográficas.
Em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Pesca também promove ações de combate à pesca predatória. Gregolin informou que aguarda a compra de 15 lanchas para ampliação desse trabalho, que deve cobrir todo o país. A compra das lanchas depende de autorização do Ministério do Planejamento, explicou.
De cinco embarcações já adquiridas pelo Ministério, duas vão ser empregadas no Pará e uma no Maranhão. Para o Ceará, foi comprada uma lancha de alta velocidade que vai trabalhar em região onde há conflitos por causa da pesca predatória.
De acordo com Gregolin, o custo do recenseamento está orçado em R$ 4,44 milhões.