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Ministério Público denuncia mais 12 pessoas por adulteração de leite no Rio Grande do Sul

Denunciados se associaram para adulterar o leite in natura, adicionando água e ureia ao produtoMais 12 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul nesta sexta, dia 17, por participação na fraude de adulteração do leite, desfeita na última semana durante a Operação Leite Compen$ado. Todos pertencem ao núcleo de Ibirubá, município da região Noroeste do Estado, e, individualmente, estão sendo acusados pelo crime de adulteração de produto alimentício destinado ao consumo ou por lavagem de dinheiro.

Os denunciados são João Cristiano Pranke Marx, Angelica Caponi Marx, João Irio Marx, Alexandre Caponi, Daniel Riet Villanova, Paulo Cesar Chiesa, Arcidio Cavalli, Rosilei Geller, Natalia Junges, Cleomar Canal, Egon Bender e Senald Wachter.

Segundo a denúncia assinada pelo Promotor de Justiça Mauro Rockenbach, no período entre dezembro de 2012 a maio de 2013, todos se associaram para adulterar o leite in natura, adicionando água e ureia, que contém formol em sua composição.

Esquema desarticulado 

Conforme a acusação do Ministério Público, João Cristiano Pranke Marx e Daniel Riet Villanova eram os responsáveis por todo o esquema de adulteração do leite. Enquanto Marx adquiria ureia e gerenciava a compra da mistura química utilizada, fazendo os contatos entre todos os participantes do esquema e definindo a função de cada um na cadeia criminosa, Daniel era o intermediador e encarregado do recebimento do leite no posto de resfriamento da Marasca, fazendo “vista grossa” para a adulteração.

Angelica Caponi Marx, além de ter adquirido ureia, administrava toda a organização criminosa, oferecendo suporte ao marido, João Cristiano Pranke Marx, a seu sogro, João Irio Marx, e a seu irmão, Alexandre Caponi. Era ela quem fazia os contatos telefônicos e repassava ordens aos integrantes da organização.

Já o denunciado João Irio Marx também adquiriu ureia. Em um galpão de madeira localizado aos fundos de sua casa é que ocorria o armazenamento dos produtos químicos, a preparação da mistura cancerígena e adição da substância proibida, junto com a água retirada de um poço artesiano (que continha coliformes fecais, conforme laudo da Univates), aos tanques dos caminhões que ali chegavam.

– Para a consumação do crime e até para despistar possíveis escutas telefônicas, os denunciados se utilizavam de metáforas nas falas, tais como, “brique”, “saguzinho” e “sopa”, que indicavam a designação da mistura química (ureia contendo formol) utilizada na adulteração do leite – destaca o Promotor Mauro Rockenbach.

Alexandre Caponi (irmão de Angélica), Arcídio Cavalli e Cleomar Canal também contribuíam e participavam ativamente da cadeia. Além de fornecerem suporte e apoio logístico ao esquema fraudulento, adicionavam a mistura nos tanques dos caminhões da empresa e faziam o transporte do produto adulterado. Documentos e notas fiscais comprovam que Arcídio Cavalli adquiriu 382,5 mil quilos de ureia. Como sócio da Rádio CBS Ltda., ele também franqueava sua emissora aos demais denunciados a fim de facilitar o contato entre o grupo.

– Quando um integrante do esquema oferecia uma música sertaneja para um dos comparsas estava, na verdade, orientando a forma de proceder da adulteração – explica Mauro Rockenbach.

Paulo Cesar Chiesa participava do esquema como parceiro dos denunciados João Cristiano Pranke Marx e Daniel Riet Villanova, dando ordens, preparando e adicionando a mistura nos caminhões. Por sua vez, Rosilei Geller e Natália Junges, ambas funcionárias do posto de resfriamento instalado nas dependências da Marasca, agiam por ordem de Villanova como facilitadoras do esquema criminoso, exercendo o papel de informantes da quadrilha, repassando dados, fazendo contatos telefônicos e avisando os motoristas dos caminhões acerca da fiscalização do Ministério da Agricultura. “Eram as olheiras da associação criminosa”, explica, na denúncia o Promotor Mauro Rockenbach.

Egon Bender tinha ciência da adulteração de leite praticada pela quadrilha, tanto é que fornecia a quantia mensal de 1,2 mil litros de leite a João Cristiano Pranke Marx, mesmo não possuindo nenhuma vaca em sua propriedade e estando inativo desde 2010. Por fim, Senald Wachter, produtor rural, fazia parte da organização fornecendo leite adulterado a João Cristiano.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, também é descrita a maneira como os participantes ocultaram e dissimularam a natureza e a origem dos valores provenientes do crime de adulteração da substância alimentícia.

>>Governo do Rio Grande do Sul anuncia medidas para ampliar fiscalização na cadeia do leite

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