Um grupo de 10 europeus desembarca no próximo dia 20 em Brasília, onde se encontrará com técnicos do ministério. Divididos em quatro equipes, os auditores devem percorrer mais de 800 propriedades, de nove Estados do país, habilitadas a vender carne bovina para a União Europeia. Até 2 de fevereiro, eles pretendem percorrer o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A missão técnica tem visitas agendadas a frigoríficos, escritórios locais, empresas transportadoras de animais, indústrias e portos, verificando as condições sanitárias de toda a cadeia produtiva.
? Essa missão vem para verificar quais os avanços de fevereiro, março, do ano passado para cá. Em dezembro de 2007 nós recebemos uma carta dizendo que o sistema de rastreabilidade praticado pelo Brasil não conferia segurança e equivalência ao sistema praticado na União Europeia, portanto, ele tinha que mudar ? afirma o secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz.
Para se adaptar às exigências do mercado europeu, o Ministério da Agricultura intensificou a fiscalização nos Estados. Cerca de 600 técnicos foram treinados em todo o país para auxiliar no trabalho e promover a integração do serviço de rastreabilidade bovina com os sistemas de defesa sanitária.
? Essa integração fez com que todo o sistema de saúde recebesse também uma atenção maior visando mercados mais exigentes, porque o Brasil não busca só o mercado europeu. O Brasil também busca o mercado da Coréia do Sul, os EUA (com carne in natura), o Japão, a China, o Chile ? diz Kroetz.
Na opinião dos produtores, as medidas adotadas pelo Ministério da Agricultura foram fundamentais para reparar as falhas. O rigor implantado na fiscalização pode, inclusive, credenciar outros Estados como Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe e Tocantins a exportarem para a UE.
? Eu não tenho a menor dúvida de que nós vamos ter essa auditoria, vamos passar inclusive com louvor por ela, devido a todo o trabalho que foi feito pelo pessoal do Ministério da Agricultura, das agências de defesa estaduais e pelas próprias delegacias federais nos estados ? diz o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.