– O mormo é uma doença infecciosa causada por uma bactéria e também uma zoonose, que pode ser transmitida do equino para o homem. O mormo pode causar problemas respiratórios no equino e nódulos cutâneos pelo corpo. Mas, precisamos deixar bem claro, que o mormo pode vir na forma assintomática, ou seja, o animal pode não apresentar sintomas, apesar de estar contaminado – explica a veterinária do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) Débora Pericole.
O Parque de Exposições de Araguari (MG) está interditado desde junho, quando foram feitos exames de sangue em 98 animais e três tiveram resultado positivo. Duas éguas precisaram ser sacrificadas. O exame foi repetido e mais três animais ficaram sob suspeita.
O sacrifício dos equinos só é feito depois do exame de maleína, no qual os veterinários tiram fotografias dos olhos dos animais antes de aplicar uma injeção de proteína da bactéria que provoca o mormo na pálpebra inferior do olho. Se houver reação em 48 horas, é exigido o sacrifício.
– Todos os eventos foram cancelados. Aqui tem o laço, o team penning, além das coberturas. Têm muitas pessoas que dependem do comércio de animais aqui dentro – lamenta o veterinário do Sindicato Rural de Araguari, Fernando Lara Mendes.
O IMA realizou todo o procedimento técnico de rastreabiliadade nas propriedades da região de Araguari. A interdição proibiu a circulação e a comercialização de equinos em um raio de dez quilômetros do parque. Um dos problemas é que existe um frigorífico na região que exporta carne de cavalo para países da Europa, Japão e África, e o prejuízo já passa de R$ 3 milhões.
– O Ministério da Agricultura deixou por ordem exportarmos para União Europeia, que representa 60% do nosso comércio da carne de equídeo. A gente teve que paralisar as nossas atividades, dar férias coletivas até ser saneado o foco e retornar as atividades de exportação – destaca o gerente de qualidade do Frigorífico Prosperidade, Edmar Martins.
– O Estado tem esta grande preocupção. Gostaríamos de orientar os produtores rurais que têm equídeos para que fiquem atentos e façam os exames de forma muito clara, porque quando o animal tem a doença, o laboratório comunica direto o IMA e passamos a adotar medidas de proteção – alerta o coordenador regional do IMA de Uberlândia, Luiz Carlos Oliveira.