O consumo de carnes no mundo deve crescer 45 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, estimou o analista sênior do Rabobank, Adolfo Fontes, durante o Summit Agronegócio 2017, realizado em São Paulo. Deste incremento, 10 milhões de toneladas devem ser apenas em carne bovina. Conforme Fontes, o aumento da demanda global por proteínas sustenta a importância da oferta brasileira, que tem potencial de expandir, com ganhos de produtividade.
O analista destacou que, no mercado da proteína de frango, o Brasil deve se manter como o principal exportador e com a vantagem de ser o único país, entre os principais produtores, livre de influenza aviária. O status sanitário pode, inclusive, dar o aval para as carnes concorrentes ganharem mercado. Um exemplo é a comercialização com o México, país para o qual o Brasil exporta carne de frango desde 2013 e que vem ganhando participação nos últimos tempos. “Agora que temos frango no México expectativa é abrir para suínos”, disse. Entre janeiro e outubro, os mexicanos compraram 88,5 mil toneladas de carne de frango do Brasil.
Em relação à carne bovina, ele destacou que o país pode incrementar sua produção sem a necessidade de ocupar novos espaços ou mesmo desmatar, já que é possível recuperar as pastagens degradadas. “Esperamos que a produção da pecuária faça uma transformação”, disse em referência à recuperação e intensificação das áreas degradadas e ao trabalho de integração lavoura-pecuária-florestas, que podem produzir ganhos de produtividade. Para o analista, sem desmatar é possível aumentar a produção de carne bovina em 2% e liberar cerca de 10 milhões de hectares para o cultivo de soja.