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Município de Goiás busca preparar sucessores para as atividades do meio rural

Pesquisa realizada na cidade de Morrinhos aponta que jovens não pretendem seguir trabalhando no campoEntidades ligadas ao setor rural de Goiás estão buscando preparar sucessores na atividade, pois constaram que poucos jovens estão dando continuidade aos negócios da família na agricultura ou na pecuária. Um evento realizado na cidade de Morrinhos (GO) mobilizou jovens de 18 a 35 anos para falar sobre o assunto.

O projeto foi iniciado há dois meses e já percorreu quatro cidades do Estado. No sul de Goiás, o Sindicato Rural uniu-se a especialistas em Programas de Empreendedorismo Rural da Farg e Senar e conversou com cerca de 80 pessoas, na maioria jovens, filhos de produtores de rurais do município de Morrinhos.  

O setor que mais preocupa na cidade é o leiteiro. Essa atividade está nas mãos de mil famílias e já encontra dificuldade em encontrar sucessores. A maioria dos produtores tem idades entre 58 e 60 anos, segundo uma pesquisa feita na cidade.

O jovem Jonathan River da Silva tem 29 anos e se enquadra na estatística feita pela Cooperativa de Leite de Morrinhos. Apesar de ter concluído o curso de Técnica Rural, ele vê na informática uma opção melhor para o seu futuro e não pretende seguir o exemplo do pai, que trabalha na atividade leiteira. A situação do leite hoje assusta o herdeiro do negócio:

– A vida para quem trabalha na área é muito sofrida. A produção de leite está com custo muito alto e a produção é baixa – lamenta o jovem.

Segundo o presidente do Sindicato Rural, Tiago Mendonça, o incentivo para enfrentar os desafios no meio rural vem com o conhecimento.

– Os desafios no campo surgem sempre, mas você passar por desafios sendo profissional e tendo informação e tecnologia certamente consegue reduzir os custos e amenizar qualquer crise que venha no futuro – afirma Mendonça.

A ideia de juntar a modernidade com a experiência deu resultado na família do agrônomo Arthur Chiari, de 25 anos. Ele recebeu todos os incentivos para continuar com a família e dar continuidade aos negócios.

– Nós temos que trabalhar juntos. Eu tenho que usar o meu conhecimento moderno e os mais velhos usam o conhecimento da vivência de campo – diz o jovem.

Uma pesquisa realizada pela Faeg em 2009 aponta uma forte descontinuidade na atividade leiteira. O representante da Faeg, Arthur Toledo, está preocupado com a situação:

– Os jovens estão urbanizados e, ao mesmo tempo, têm o sentimento do rural.  Essas pesquisas nos preocupam muito. Não dá pra construir um país forte sem produtores rurais. É uma questão de estratégia e nós continuaremos crescendo no Brasil se tivermos os meios urbano e rural fortes.

 

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