O projeto foi iniciado há dois meses e já percorreu quatro cidades do Estado. No sul de Goiás, o Sindicato Rural uniu-se a especialistas em Programas de Empreendedorismo Rural da Farg e Senar e conversou com cerca de 80 pessoas, na maioria jovens, filhos de produtores de rurais do município de Morrinhos.
O setor que mais preocupa na cidade é o leiteiro. Essa atividade está nas mãos de mil famílias e já encontra dificuldade em encontrar sucessores. A maioria dos produtores tem idades entre 58 e 60 anos, segundo uma pesquisa feita na cidade.
O jovem Jonathan River da Silva tem 29 anos e se enquadra na estatística feita pela Cooperativa de Leite de Morrinhos. Apesar de ter concluído o curso de Técnica Rural, ele vê na informática uma opção melhor para o seu futuro e não pretende seguir o exemplo do pai, que trabalha na atividade leiteira. A situação do leite hoje assusta o herdeiro do negócio:
– A vida para quem trabalha na área é muito sofrida. A produção de leite está com custo muito alto e a produção é baixa – lamenta o jovem.
Segundo o presidente do Sindicato Rural, Tiago Mendonça, o incentivo para enfrentar os desafios no meio rural vem com o conhecimento.
– Os desafios no campo surgem sempre, mas você passar por desafios sendo profissional e tendo informação e tecnologia certamente consegue reduzir os custos e amenizar qualquer crise que venha no futuro – afirma Mendonça.
A ideia de juntar a modernidade com a experiência deu resultado na família do agrônomo Arthur Chiari, de 25 anos. Ele recebeu todos os incentivos para continuar com a família e dar continuidade aos negócios.
– Nós temos que trabalhar juntos. Eu tenho que usar o meu conhecimento moderno e os mais velhos usam o conhecimento da vivência de campo – diz o jovem.
Uma pesquisa realizada pela Faeg em 2009 aponta uma forte descontinuidade na atividade leiteira. O representante da Faeg, Arthur Toledo, está preocupado com a situação:
– Os jovens estão urbanizados e, ao mesmo tempo, têm o sentimento do rural. Essas pesquisas nos preocupam muito. Não dá pra construir um país forte sem produtores rurais. É uma questão de estratégia e nós continuaremos crescendo no Brasil se tivermos os meios urbano e rural fortes.