— A chuva é fundamental para a recuperação do pasto, principalmente para cerca de 160 mil produtores de leite — afirma o diretor técnico da Emater, Gervásio Paulus.
Mas a precipitação também pode dar novo vigor a cerca de 10% de soja plantada no tarde (último período de plantio regular) na Serra.
Em 10 de fevereiro, a meteorologia já havia diagnosticado um enfraquecimento do La Niña, mas ainda apontava a manutenção do fenômeno até maio. Na última quinzena, porém, as análises passaram a mostrar que a área de resfriamento no Oceano Pacífico diminuiu. Segundo a meteorologista Estael Sias, o Estado está em período de transição.
— Dizer que La Niña terminou ainda é cedo. O fenômeno acaba primeiro no oceano, depois a atmosfera leva cerca de 20 a 30 dias para atingir a neutralidade – afirma a especialista.
Outro fator que colabora para o retorno da normalidade é o aumento da temperatura do Oceano Atlântico.
Segundo Glauco Freitas, meteorologista da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), o aquecimento do oceano na costa traz umidade e fortalece as nuvens, causando chuva mais intensa no Rio Grande do Sul. Para os próximos meses, o meteorologista prevê que o volume fique dentro da normalidade.
Na sexta, dia 24, em nota técnica, a Fepagro comunicou que a chuva da última semana favoreceu o rebrote de pastagem, mas alertou para o planejamento da colheita de arroz, já que a umidade, associada a altas temperaturas, favorece a ocorrência de doenças que podem reduzir a qualidade do grão.