O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou uma instrução normativa que redefine os processos de inspeção de suínos, antes e depois do abate, baseados na modernização da análise de risco e na atuação do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Em nota, o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Rangel, diz que as mudanças “abrem espaço para que novas linhas de inspeção de frango e de bovinos sejam também modernizadas”.
A alteração foi elaborada seguindo um projeto realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves em parceria com o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério.
De acordo com o projeto da Embrapa, a inspeção da cabeça dos animais passa a ser feita em uma sala especial, separada do restante da carcaça.
A medida é destinada a facilitar e dinamizar o processo de verificação dos auditores e auxiliares da linha de inspeção. Isso tende a reduzir a frequência de condenações do produto por causa de inconformidades na cabeça – já que a carcaça é o produto mais valorizado e era condenado também. “Com a separação das linhas de inspeção de cabeças, por exemplo, é possível reduzir em até 90% as condenações”, explica o secretário.
Elenita Albuquerque, uma das coordenadoras do projeto da Embrapa, conta que o maior risco atual é a contaminação da carne com microrganismos (bactérias e vírus) não detectados pela inspeção e que dependem de pesquisa laboratorial. “Dessa forma, fica evidente a necessidade de modernização para ajustar o foco da ação de governo na prevenção de perigos que ameaçam a inocuidade dos alimentos”, diz a especialista.