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Diversos

Nova praga de pastagem é registrada em MS pela Embrapa

A cochonilha identificada suga as plantas, levando ao amarelecimento e secamento das partes atingidas

cochonilha Duplachionaspis divergens
Foto: Fabricia Torres/Embrapa

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Campo Grande (MS) registraram pela primeira vez infestação da cochonilha Duplachionaspis divergens em pastagem no Brasil. O inseto foi detectado em área de pasto de Mato Grosso do Sul, com touceiras amareladas e secas, com danos visivelmente significativos. O registro foi publicado em periódico científico e a identificação ocorreu conforme as características morfológicas da fêmea adulta. Nos países onde ocorre, a praga chega a atingir 18 gêneros de gramíneas.

“Precisamos alertar o produtor rural quanto a essa praga, chamar sua atenção. Ainda não temos muitos estudos e nem recomendação de controle. Na Embrapa, as pesquisas são iniciais. Anteriormente, a espécie havia sido relatada no Brasil somente na cultura da cana-de-açúcar, em casa de vegetação. Agora, o cenário mudou”, afirma a entomologista da Embrapa Fabricia Zimermann Torres.

“Além da ocorrência em nossos campos experimentais, temos recebido algumas demandas de produtores preocupados, relatando sintomas e danos semelhantes em suas pastagens, o que pode ser devido a ataques dessa cochonilha”, completa.

A primeira constatação ocorreu nos campos experimentais da Embrapa em Campo Grande em 2018, com reinfestações nos anos seguintes. “A infestação foi detectada na época seca, em meados de agosto, quando foi realizada coleta de folhas do capim escolhendo-se aleatoriamente dez pontos na área infestada de 4.500 metros quadrados”, afirma Torres. 

Conforme a entomologista da Embrapa, foram retiradas cerca de cem amostras de folhas de capim, separadas em “com” e “sem” infestação, chegando-se a um valor médio de 60% de folhas infestadas nessa área. Nos anos seguintes a investigação continuou avançando em outras áreas experimentais da empresa, até mesmo em épocas chuvosas, sendo desde então acompanhada.

Os insetos atacam sugando as plantas, levando ao amarelecimento e secamento das partes atingidas. Segundo Fabricia Torres, ao sair do ovo, a ninfa (fase jovem do inseto) locomove-se e fixa-se na parte abaxial das folhas. Porém, em altas infestações conseguem chegar também aos caules e partes de cima das folhas. As fêmeas se mantêm nas plantas mesmo após adultas. Os machos possuem asas e voam em busca de acasalamento.

A nova praga não deve ser confundida com a cochonilha-dos-capins (Antonina graminis), que causa a “geada dos pastos”. A cochonilha-dos-capins foi detectada no Brasil em 1944, na Bahia; em 1964, no Pará; e em 1966, no estado de São Paulo.

“Além de as cochonilhas serem diferentes morfologicamente, a cochonilha-dos-capins ataca a haste da planta, a partir do coleto e, quando na parte aérea, fica junto aos nós, sob a bainha das folhas. Em decorrência da sucção de seiva nesses locais, a planta perde sua capacidade de rebrota, podendo até morrer, o que é conhecido como ‘geada dos pastos’”, explica a entomologista da Embrapa Fabricia Zimermann Torres.

A pesquisadora ainda complementa dizendo que desde 1967 a cochonilha-dos-capins teve seu controle estabelecido no Brasil, devido à introdução do parasitoide Neodusmetia sangwani.

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