Uma feira agropecuária que começou nesta quarta-feira, dia 17, em Concórdia (SC), aposta na tecnologia para tirar o produtor rural do vermelho. A 13º edição do Tecnoeste, Show Tecnológico Rural do Oeste Catarinense, aposta em práticas simples e baratas, principalmente voltadas à suinocultura, para aumentar a eficiência em tempos de alta no preço do milho e de aumento nos custos de produção.
Uma das novidades apresentadas no evento é o sistema de quarto sítio, importado da Dinamarca e que chegou à região no ano passado. A técnica consiste em preparar e monitorar diariamente matrizes suínas antes de ingressarem nos rebanhos. O ciclo vai dos 170 dias de vida da fêmea, passa pela inseminação artificial e segue até os 35 dias de gestação, quando a matriz é devolvida ao criador.
A principal vantagem do sistema, de acordo com o médico-veterinário Guilherme Marin, é melhorar a produtividade das leitoas. Segundo ele, existe uma correlação entre a eficiência do primeiro parto dos suínos com os demais. “Melhorando o primeiro parto, nós conseguiremos melhorar a produtividade dos produtores”, diz Marin.
A Embrapa, por sua vez, mostra no Tecnoeste um abatedouro móvel, com custo estimado em R$ 400 mil. De acordo com o pesquisador Elsio Figueiredo, o desenvolvimento do modelo surgiu da dificuldade que pequenos criadores têm de colocar seus produtos no mercado.
Segundo ele, normalmente os produtores recebem financiamento do governo para organizar e verticalizar a produção. “Mas, quando chega na parte da industrialização ,eles não têm o equipamento de abate que atenda ao tamanho da atividade dele”, diz Figueiredo.
O modelo exposto na feira é destinado a suínos, e pode abater até 15 animais por hora. Em um contêiner de doze metros de comprimento, é realizada até a refrigeração da carne, que é acondicionada em uma câmara fria acoplada ao abatedouro.
O diretor comercial Gerson Pilatti afirma que o abatedouro móvel é semiautomático e utiliza menor quantidade de mão de obra. “Em termos de velocidade de abate, ele é equivalente a um abatedouro convencional”.
O coordenador-geral da Tecnoeste, Vanduir Luís Martini, afirma que a feira apresenta soluções para todas as atividades desenvolvidas no oeste catarinense. “Nós temos amostras pra que ele tenha condições de tirar daqui informações, levar pra sua propriedade e melhorar seu processo produtivo e de gestão”, diz.
O evento prossegue até a próxima sexta-feira, dia 19, e a expectativa é de que, até lá, receba 30 mil pessoas.