O chefe do departamento de defesa agropecuária da secretaria, Eraldo Leão, considera a situação de agora diferente da registrada em setembro, justamente porque a vigilância está mais atenta e preparada.
O veterinário Marcelo Göcks, do serviço de doenças vesiculares da secretaria, estima que barreiras sanitárias podem ser montadas em até dois dias. Göcks avalia que o risco desta vez será menor para o Estado devido à recente vacinação do gado paraguaio e à localização mais ao norte da propriedade suspeita em relação à fazenda onde a doença foi confirmada em setembro.
A suspeita foi tornada pública nesta sexta, dia 30. Segundo o proprietário dos animais, o gado apresentava sintomas de febre aftosa há 26 dias, antes, portanto, de o governo paraguaio declarar o fim do estado de emergência na região do foco que foi confirmado três meses antes.
Para um veterinário do Rio Grande do Sul que atuou em organismos internacionais de combate à febre aftosa e participou de auditorias no Paraguai, o caso reforça a percepção de falta de transparência no país. Em setembro, autoridades paraguaias foram constrangidas por serviços sanitários dos países do Cone Sul a admitir a doença em reunião no Uruguai, quando informações sobre o foco circulavam há ao menos 20 dias.
Antecedentes preocupantes
18 DE SETEMBRO
O Paraguai, que desde 2006 tinha o status de país livre da aftosa com vacinação, confirma foco da doença em uma propriedade a 130 quilômetros da fronteira com o Brasil, no departamento de San Pedro. As suspeitas, no entanto, existiam há ao menos 20 dias.
25 DE SETEMBRO
Autoridades sanitárias encerram o abate de mil bovinos na fazenda.
29 E 30 DE NOVEMBRO
Durante reunião extraordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), no Rio de Janeiro, o Paraguai assegura que a situação está controlada e não há novos focos.
2 DE DEZEMBRO
O Brasil volta a permitir a importação de carne paraguaia.
29 DE DEZEMBRO
O governo paraguaio confirma o fim da emergência sanitária, levantada 15 dias antes pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Anima (Senacsa).
30 DE DEZEMBRO
O Senacsa informa a nova suspeita no departamento de San Pedro. O dono da propriedade admitiu que cerca de 170 bovinos apresentavam sintomas semelhantes à aftosa há 26 dias.
SEGUNDA, DIA 2
A propriedade é interditada, e o novo foco de aftosa é confirmado.
>> Entenda a doença em infográfico multimídia
>> Acesse o site especial sobre febre aftosa Confira a localização do distrito de Piri Pukú, na região de San Pedro:
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