A importância da suplementação alimentar na cria e recria foi tema da palestra do professor uruguaio Álvaro Simeone durante a 1ª Jornada Técnica Angus. O especialista pontuou as diferentes variáveis que envolvem o reforço à nutrição dos terneiros e como isso pode contribuir para o desenvolvimento de toda a cadeia. Entre as opções disponíveis ao criador, pontuou os bons resultados obtidos com o desmame precoce com confinamento e o uso do chamado Creed Feeding, sistema baseado na suplementação de ração para animais ao pé das vacas.
Simeone destacou a importância de se valorizar devidamente os terneiros pesados, que permitem ao terminador atingir resultados de alto desempenho na engorda e, com isso, galgar participação em lotes para a cota 481. “O bezerro bem criado tem que valer mais porque vai permitir que se atinja mercados diferentes”, pontuou.
Uma das recomendações do especialista é não focar apenas no aumento do número de crias por vaca ou na lotação, mas trabalhar para obter terneiros que pesem mais e buscar a valorização desses animais. Para isso, pontuou várias alternativas nutricionais. Recomendou que os manejos alimentares se foquem no bezerro em detrimento das vacas em lactação.
Uma das principais dúvidas quando se fala em suplementação é se a ração deve ser oferecida livremente ou em quantidade definida (1% do peso vivo). Simeone apresentou estudo realizado no Uruguai que comprova que o modelo mais vantajoso é o livre consumo, uma vez que se obtém menor custo por quilo adicional. O ganho de peso dia obtido ao comparar um terneiro apenas em lactação com similares para os quais foi oferecido suplementação controlada e suplementação livre é de 0,6 kg/dia, 0,79 e 1,11 kg/dia, o que confirma a vantagem competitiva de deixar os cochos sempre cheios. Para fazer a conta, ele alerta que é preciso sempre levar em consideração o custo da ração e o preço adicional pago pelo quilo dos terneiros mais pesados. E complementa que o sistema Creed Feeding aumenta o peso dos bezerros sem afetar a performance produtiva das vacas.
O especialista ainda pontuou as vantagens de efetuar o tradicional desmame precoce a pasto com suplemento e de levar o animal diretamente ao confinamento (DPC). “A lógica é gastar, mas gastar com eficiência. Olhando o ciclo completo, é importante salientar que o DPC aumenta o gasto com grão em um período de cria, reduzindo o gasto mais adiante no confinamento de engorda”.
Um dos diferenciais para elevar o rendimento da atividade, salientou o professor, é a adoção de tecnologias que reduzam custos e garantam otimização da mão de obra empregada no processo, a exemplo de cochos especiais. “A cria é o setor mais afetado pelo baixo valor de mercado. A tecnologia ajuda a reduzir custos”, salientou.