Em palestra realizada nesta segunda, dia 15, em evento promovido pela Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o diretor superintendente do Imea, Otávio Lemos de Melo Celidonio, afirmou que grande parte do crescimento do rebanho refere-se aos bezerros, que somente estarão prontos para abate em 2014.
Mesmo com a redução da oferta, Celidonio prevê que o abate de machos em Mato Grosso deve se manter nos mesmos níveis do ano passado, quando atingiu 1,882 milhão de cabeças, que corresponde a 66% do total abatido. Segundo ele, a estabilidade se deve a tendência de os preços se manterem em patamares elevados neste ano, o que estimula ainda mais o criador a investir na produção. Ele prevê que o abate de fêmeas deve permanecer em níveis baixos, uma vez que os preços atuais estão aquecendo o mercado de reposição.
Pelas projeções do Imea, neste ano a disponibilidade de animais machos para abate deve ser de 3,950 milhões de cabeças, ante a oferta de 4,181 milhões no ano passado. A previsão para o próximo ano é de aumento de 3%, para 4,053 milhões de cabeças, devendo atingir 4,050 milhões de cabeças em 2013.
Segundo o Imea, neste ano a oferta de animais machos adultos (acima de 36 meses) deve recuar 14%, para 1,331 milhão de cabeças. Já a disponibilidade de animais machos jovens (de 24 a 36 meses) deve crescer 9%, para 2,619 milhões de cabeças.
No evento realizado nesta segunda, dia 15, foi lançado o Projeto Acrimat em Ação, que reúne os trabalhos desenvolvidos pela entidade para melhorar a gestão das propriedades rurais em Mato Grosso, que ultrapassam 100 mil, envolvendo 30 mil pecuaristas. Além da gestão dos custos da atividade, o projeto contempla informações sobre acesso ao crédito rural e obrigações trabalhistas.
Na ocasião, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Reidel, fez o lançamento para os criadores mato-grossenses do Congresso Internacional da Carne, que será realizado pela primeira vez no Brasil, entre 8 e 9 de junho, em Campo Grande (MS).
O consultor especialista no mercado de carnes, Osler Dessouzart, em palestra, alertou os pecuaristas sobre a necessidade de modernização da atividade, que cada vez mais será pressionada pela progressiva escassez dos recursos naturais.
Na opinião do consultor, a espécie bovina, que para conversão de 5,5 quilos consome 15.977 litros de água por quilo de carne e leva de 19 a 30 meses para alcançar peso de abate, dificilmente poderá competir com as espécies mais eficientes, principalmente as aves, que para converter 1,7 quilos consomem 2.828 litros de água e levam 38 dias para alcançar peso de abate.