O mercado de suínos está fraco, conforme a Scot Consultoria. A oferta nas granjas paulistas está maior que a demanda existente. Com isso, o mercado físico de cevados cedeu nesta semana. A arroba do animal terminado passou de R$ 60,00 para os atuais R$ 59,00, queda de 1,7% em sete dias.
Em um ano, o preço da arroba caiu 4,8%. Considerando a inflação acumulada no período, a receita real por arroba caiu 14,2%.
No atacado, a pouca demanda – em função da época do mês, a queda do poder aquisitivo do consumidor, o forte calor e a proximidade do feriado, mantiveram o mercado fragilizado. A carcaça especial teve queda 2,1% em sete dias, cotada, em média, em R$ 4,70/Kg.
Em curto prazo a demanda interna deve permanecer lenta, com isso, não há expectativa de melhora nos preços.
Exportações
A exportação, porém, continua em bom ritmo este ano. Nos primeiros onze dias de abril, a média diária embarcada de carne suína in natura pelo país foi de 2,7 mil toneladas. Na comparação com o embarcado diariamente no mês passado houve incremento de 6,3% no volume, já na comparação anual a exportação cresceu 52,4%.
Em relatório divulgado nesta sexta, dia 22, o Rabobank também apontou que demanda aquecida e o real desvalorizado favorecerão as exportações brasileiras de carne suína no segundo trimestre de 2016. Por outro lado, os altos custos do milho continuam a pressionar as margens da indústria.
O banco destaca que os embarques no primeiro bimestre avançaram 78% na comparação com igual período do ano passado, “resultado principalmente da taxa de câmbio, com o real cerca de 15% mais fraco ante o dólar em março de 2016 do que o observado em março de 2015”.
“A receita alcançada foi excelente na exportação, mas do lado dos custos o setor de proteína animal tem sido afetado pelos elevados preços de milho no mercado doméstico”, escrevem os analistas do banco no relatório trimestral sobre o setor de suínos.
Nesse cenário, a indústria vem adotando novas estratégias para reduzir os custos de produção, como a importação do cereal. Segundo o Rabobank, o setor de proteína animal importou 500 mil toneladas de milho do Paraguai e Argentina em março. O volume representa aproximadamente 15% do consumo doméstico mensal do cereal.
Apesar dessa conjuntura, a expectativa, segundo o banco, é de que este ano seja positivo para o setor, em virtude das oportunidades para exportação e a aproximação da colheita da safrinha, que deve segurar os preços do milho.
A avaliação da instituição é de que o aumento da demanda chinesa por carne suína deve favorecer as exportações mundiais no segundo trimestre deste ano. Com a produção estagnada, segundo o banco, os preços internacionais devem avançar ao longo deste período.
No caso da China, o Rabobank projeta que as importações devem alcançar dois milhões de toneladas neste ano, um incremento de 50% ante 2015. Nos Estados Unidos, os baixos custos de grão devem favorecer a indústria de proteína animal, mas o dólar fortalecido pode afetar as exportações. Na União Europeia, os estoques permanecem elevados, o que mantém os preços domésticos pressionados.