Messuti, que é uruguaio, considera o foco de aftosa identificado no Paraguai como um caso excepcional e se disse confiante em uma solução rápida para o problema no país. Mas não escondeu a preocupação de que a atenção com o Paraguai possa afetar o trabalho de eliminar a aftosa no continente.
? Pode ser que haja a necessidade de acomodar e atrasar um pouco, mas felizmente tudo o que foi feito nos anos anteriores nos fortalece e estamos fortalecidos para conseguir a sanidade. O tema para a retirada da vacina de toda a América é coordenar muito bem, sobretudo para verificar países como Venezuela e Equador, que muitas vezes são mais complexos de que haja consenso de seus governos porque sua economia não está no gado, na carne, na produção de produtos de origem animal ? afirma Messuti.
Representante da OIE para a América Latina, o argentino Luis Barcos disse apenas que o foco de aftosa no Paraguai acendeu um sinal de alerta para uma região que acreditava estar sem problemas. Mas reforçou a expectativa de trabalho conjunto no continente para uma solução rápida do caso.
? Acreditávamos estar sem nenhum inconveniente na região e apareceu este foco no Paraguai. O importante é que os países estão muito mais bem preparados e trabalhando mais em conjunto do que em outros anos e todos estão esperançosos de que o Paraguai resolva este problema rapidamente. É simplesmente uma questão de tempo e que possamos trabalhar em conjunto com o Paraguai ? afirma.
Já sobre o programa brasileiro de combate à aftosa, o foco no Paraguai não deve ter reflexos. É o que acredita o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim.
? O ministro quer que até o ano que vem, no máximo 2013, todo o país esteja livre de aftosa com vacinação e mantendo Santa Catarina sem vacinação. Aí devemos começar a discutir a questão dos Estados que podem trabalhar a não-vacinação ? relata.
Com relação ao Paraguai especificamente, a ordem é manter a vigilância reforçada.
? Logicamente nos preocupa bastante. Segundo informações das autoridades paraguaias, as coisas estão sob controle lá, mas nós vamos manter sempre a vigilância, porque neste processo nós aumentamos nosso estado de alerta. Caso de passagem de animais, nós vamos utilizar o rifle sanitário. Vamos abater e enterrar esses animais ? afirma Jardim.
– Entenda a doença em infográfico multimídia.