Com 190 quilômetros de extensão, o Sinos tem pontos onde a água corre limpa e com alto nível de oxigênio, e outros onde a poluição predomina. Uma das zonas mais impactadas fica entre os municípios de Novo Hamburgo e Sapucaia do Sul, passando por São Leopoldo, onde os animais foram coletados.
Além dos poluentes industriais, a região recebe esgoto e efluentes que vêm dos arroios Luiz Rau, Pampa, João Correa e Portão, considerado o mais poluído. Nesse ponto, os níveis de oxigênio na água chegaram a zero.
– Nessa época, os peixes estão subindo o rio para se reproduzirem na parte alta da bacia. Próximo ao centro de São Leopoldo, uma alta carga de poluição, aliada ao baixo nível das águas, fez com que os peixes ficassem retidos – explica o diretor executivo do Consórcio Pró-Sinos, Júlio Dorneles, que executou a operação.
De acordo com o biólogo Carlos Augusto Normann, ao baixo nível das águas se soma a alta carga poluente depositada no rio.
– É uma região muito industrializada, com produção de couro, calçado, tintas, galvanoplastia e metalurgia. Temos um passivo de 40 anos de poluição depositada nos arroios – afirma Normann.
As cidades também fizeram sua parte. Novo Hamburgo hoje trata apenas 2% do seu esgoto, percentual que será elevado gradativamente nos próximos 10 anos até chegar próximo de 100%. Em São Leopoldo, o índice chega a 50%, mas outras cidades da região ainda estão iniciando esse processo.