Ovinocultores reduzem mortalidade de animais em Ribeirão Preto

Grupo atua em pequenas áreas ociosas de produtores de cana de açúcar no interior de São PauloApenas três meses depois de formado, o Grupo de Ovinocultura da Região de Ribeirão Preto (SP) e a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Coopercana) já têm o que comemorar. A mortalidade entre os animais criados pelo grupo caiu e o índice de procriação aumentou.

Os criadores já pensam em aumentar seus rebanhos. O Grupo de Ovinocultura é uma iniciativa do Sebrae-SP.

? Antes eu pensava em aumentar o número de matrizes, mas desistia porque me sentia frágil. Agora, com o acompanhamento técnico, já penso em aumentar e os outros criadores do grupo também ? afirma a produtora Márcia Mariani Saquy.

O grupo vai promover no dia 20 de novembro um jantar de degustação de ovinos – carne nobre e apreciada em restaurantes e churrascarias – no clube da Coopercana na cidade paulista de Sertãozinho.

Flaviane Tavanti Castilho, analista do Sebrae-SP em Ribeirão Preto, comenta que o grupo foi criado por uma demanda da própria região. Os produtores de cana-de-açúcar possuíam pequenos espaços ociosos em suas propriedades e os ovinos se enquadram bem a eles. Assim, vários produtores começaram a criação.

? Percebendo esse movimento, a Coopercana convidou o Sebrae-SP para criar um grupo de criadores e apoiá-los, pois muitos já estavam desanimados pelo alto nível de mortalidade ? explica.

Segundo a produtora Márcia Mariani, há falta de produtos e de profissionais na área de pecuária na região. Porém, com o assessoramento do Sebrae-SP e da Coopercana, os criadores começam a ficar mais motivados e estão planejando o aumento do número de matrizes, diz ela.

Por meio do assessoramento, os produtores passaram a criar cordeiros até os 18 quilos para, em seguida, encaminhá-los para o centro de confinamento em Sertãozinho, construído pela Coopercana, que fica responsável pela engorda e encaminhamento aos frigoríficos. Com isso, o grupo tem um poder maior de negociação.

? Os cordeiros são animais frágeis e pequenos, e um único criador produz poucas quantidades para os frigoríficos se interessarem em buscá-los para o abate. Em comparação, 10 bois equivalem a cerca de 100 cordeiros. Como grupo, temos condições de ser mais atrativos ? comemora a criadora.

Atualmente, o grupo de ovinocultores é constituído por 22 criadores, que se dividem em quatro subgrupos (Marketing, Tecnologia, Parcerias e Comercialização). No total eles possuem duas mil matrizes de criação. Como parte do assessoramento técnico, além da visita mensal, periodicamente as propriedades recebem a visita do Cordeirinho, uma unidade de apoio do Sebrae-SP, equipado com a melhor tecnologia do mercado, para facilitar a análise dos animais.

? Essa visita é muito importante, pois na época de procriação, a seleção era feita na sorte, pois não sabíamos quais fêmeas estavam grávidas; o ultra-som ajuda a selecionar os animais fecundados, e, assim, os que não pegaram cria voltam para monta ? salienta Márcia.

Os produtores recebem uma vez por mês a visita de um veterinário do Instituto BioSistêmico (IBS), parceiro do Sebrae-SP, para avaliar a criação.

? Os ovinos são animais sensíveis, que precisam de uma atenção a mais, e essa visita regular que nós fazemos, diminui o índice de mortalidade ? finaliza o veterinário do IBS, Mário De Luca Neto.