Mais de 700 ovinos de diversas raças participam da 40ª Expointer, que acontece no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Os animais se destacam pela beleza, mas os atributos vão bem além, como a produção de carnes e lã. Conheça alguns ovinos que chamam a atenção de famílias inteiras durante o evento.
Merino Australiano
A raça possui uma lã muito valorizada e os animais maiores podem produzir cerca de 12 quilos do produto. Já os ovinos de campo produzem uma média de 5. Cada quilo do produto chega a custar entre R$ 25 e R$ 30.
“O animal é basicamente um produtor de lã, que é considerada a melhor do mundo. A gente avalia basicamente a quantidade, o comprimento da mecha, a suavidade e a qualidade que ela tem. Com a mais fina se faz os melhores tecidos”, explica o presidente da Associação dos Criadores de Merino Australiano, Manoel Zirbes.
De acordo com ele, a raça surgiu na Austrália e chegou ao Brasil por intermédio dos uruguaios e argentinos. “Essa ovelha é muito criada na Patagônia, lá eles conhecem como “cordeiro patagônio”, que faz muito sucesso Argentina. Além de produzir uma lã muito boa, produz uma carne de ótima qualidade”, avalia.
Corriedale
A diferença entre o corriedale e o merino australiano é que no primeiro a lã é uniforme e cobre todo o corpo, com exceção das virilhas e axilas, além da qualidade. A raça corresponde a 65% dos ovinos criados no Rio Grande do Sul, dos 4 milhões que o estado produz.
“Este é um animal de duplo propósito, ou seja, é um ótimo produtor de carne e de lã. Outra qualidade da raça é a habilidade materna. Por conta disso a raça se procriou e teve uma boa adaptação nos campos gaúchos”, diz o criador, Lauro Fittipaldi.
Hampshire down
Nesta raça a lã não possui um alto valor comercial, mas sim a carne, que é considerada uma iguaria e muito requisitada pelos chefs de cozinha.
“É uma carne com pouca quantidade de gordura e com um sabor diferenciado. Em função dessas características, a procura pelo produto é grande. No entanto, os rebanhos maiores – que dariam grandes escalas de produção – são de outras raças que muitas vezes é difícil realizarem o cruzamento”, explica o criador Ricardo Pallaoro
Segundo ele, as fazendas que fazem o cruzamento utilizam animais com uma alta capacidade de ganho de peso e que vão rapidamente para os frigoríficos, para abastecer a demanda, como os restaurantes.