Panamá quer importar 4 vezes mais sêmen de zebu

Veterinários visitam a ABCZ e discutem ações para ampliar a exportação de sêmen e embriões de raças para a produção de carne e leite para o país

Fonte: Alta/divulgação

Uma missão de veterinários do Panamá visitou nesta quarta-feira, dia 23, a sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em Uberaba (MG), para conhecer o trabalho da entidade na área de melhoramento genético e estreitar relações quanto ao uso de genética bovina brasileira para a produção de carne e leite.  

A comitiva está no Brasil com o objetivo de inspecionar centrais de inseminação e de embriões que ainda não estão habilitadas para exportar para o Panamá, ampliando dessa forma as compras de material genético do Brasil. Na última segunda-feira, dia 21, eles participaram de uma reunião em Brasília (DF ) para revisar o protocolo sanitário e promover mudanças que facilitem as operações relacionadas à exportação de material genético.

A ABCZ atuou desde o início das negociações com o Panamá para abertura desse mercado e agora na revisão do protocolo, sendo representada na reunião pelo gerente Técnico Internacional, Mário Karpinskas, e pelo superintendente técnico da Associação dos Criadores de Zebu do Planalto e jurado, Marcelo Toledo. Também participaram do encontro representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Associação de Criadores do Panamá, e o embaixador do Panamá no Brasil, Emílio Vergara. 

A expectativa é de que com essa revisão do protocolo as exportações de sêmen e embriões aumentem consideravelmente a partir de agora.  “O protocolo sanitário de embriões e sêmen do Panamá com o Brasil é de 2008 e o nosso status sanitário mudou bastante desde então. A intenção dessa missão é facilitar o processo operacional e diminuir a burocracia”, explicou o gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Mário Karpinskas.   

Algumas exigências foram flexibilizadas para diversos exames e também reduzida a quantidade de testes para algumas patologias. A partir das reuniões em Brasília o grupo seguiu para inspecionar novas centrais e renovar a certificação das outras que já podiam exportar. A intenção, segundo Mário, é habilitar o máximo de centrais e laboratórios para que a genética do zebu brasileiro e de seus cruzamentos possa contribuir, rapidamente, para a melhoria do rebanho bovino panamenho.

O grupo permanece no país até o dia 27  e deverá visitar propriedades, centrais de coleta e de processamento de material genético, e conhecer o serviço veterinário oficial.

Roteiro

Até o momento, os panamenhos já visitaram o distrito federal, onde o ponto destacado foi o da visita técnica ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Nos Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo as visitas contemplarão criatórios de raças puras e laboratórios de reprodução. O trabalho da missão panamenha está sendo apoiado pela equipe do Brazilian Cattle – Projeto Internacional desenvolvido pela ABCZ em parceria com a Apex-Brasil.

Segundo a responsável pela coordenação de Trânsito e Quarentena Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Judi Maria da Nóbrega, “a previsão é que as exportações deverão ser ampliadas substancialmente pela simplificação do acordo sanitário existente entre os dois países, o que facilitará o comércio.”

“O Panamá é deficitário em produção de leite. Cerca 250 milhões de litros vêm de fora. Acreditamos que a genética do gado zebuíno adaptado e selecionado para produzir leite nos trópicos, de forma eficiente, é uma solução imediata para nosso país que também tem clima úmido e muito quente”, disse o médico veterinário da CRICEPA, Adelino Ureña.        

“Estamos muito satisfeitos com o que estamos observando aqui no Brasil, principalmente nas fazendas de criação. Durante muito tempo fizemos reivindicações ao governo do Panamá e agora deu certo. Com esse acordo renovado poderemos dar um salto de qualidade na seleção o gado criado no nosso país. O desejo de adquirir genética bovina de criatórios daqui é antigo. Ter o convênio, nesses moldes atuais, era um grande objetivo”, disse o diretor da CRICEPA (Associação de Criadores de Zebu do Panamá), Alexis Aparício.