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Para Abiec, não há base técnica para embargo russo à carne brasileira

Embargo atinge exportações de 85 frigoríficos de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do SulO diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, disse não ter base técnica o embargo russo às exportações de 85 frigoríficos de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul a partir de 15 de junho. Veja a lista.

Para ele, o anúncio feito nesta quinta, dia 2, pelo Serviço Federal de Inspeção Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) visa a proteger o mercado local.

? A Rússia já divulgou querer ser autossuficiente em frangos e suínos. O governo tem adotado medidas para isso, como o subsídio às rações. O setor (bovinos) segue todas as normas e padrões internacionais, inclusive os da OIE. Sem minimizar a importância do mercado nem os outros segmentos, com essa questão política em relação a frangos e suínos, bovinos também acabou sendo atingido. Como eles (russos) não fazem parte da OMC (Organização Mundial do Comércio), fica mais difícil negociar ? declarou Sampaio.

A Rússia é o principal mercado importador da carne bovina brasileira. De janeiro a abril, o país comprou, em média, 25 mil toneladas por mês, somando cerca de 100 mil toneladas no acumulado do período, representando 28% das exportações brasileiras da proteína, em volume. A receita dos primeiros quatro meses do ano foi de US$ 440 milhões, 26% do faturamento total das vendas externas de carne bovina nacional. Dos 85 frigoríficos embargados pelo governo russo, 24 são de bovinos.

? Ainda temos 44 unidades habilitadas a exportar à Rússia. Vamos atender a demanda por meio dessas outras unidades tranquilamente. Portanto, o impacto negativo para o setor não será relevante ? disse Sampaio, que informou que a empresa mais prejudicada do segmento de bovinos foi a BRF – Brasil Foods, que teve suas duas maiores unidades em Mato Grosso embargadas.

A JBS, em comunicado ao mercado, informou que três unidades foram embargadas e que manterá as exportações ao país a partir de outras oito fábricas instaladas no Brasil, que não foram incluídas na suspensão, além de outras unidades fora do país. Já a Marfrig somou 10 unidades que estão com as exportações suspensas pela Rússia e disse que abastecerá o mercado por meio de outras fábricas habilitadas. O Minerva, por sua vez, não foi afetado pela decisão, já que não possui unidades nos Estados citados.

A BRF não se pronunciou sobre o assunto. Na lista divulgada pelo serviço veterinário russo, identificam-se 15 unidades da companhia.

Correção
A Agência Brasil divulgou que seriam 89 os frigoríficos embargados pelo governo russo. Entretanto, na lista divulgada por outras agências de notícias, aparecem 85 unidades frigoríficas confirmadas. Confira aqui a lista.

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