Paraíba investe em pesquisa para desenvolver sistema de produção de caprinos e ovinos

Projeto Agrocapri, orçado em R$ 2,5 milhões, desenvolve modelos alternativos para a produção de carne e leiteCom a proposta de desenvolver modelos alternativos para a produção de carne e leite, além de modernizar e estimular o desenvolvimento desses setores no semiárido paraibano, a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa) coordena as ações do projeto Agrocapri, maior investimento feito no Brasil para as áreas de pesquisa de caprinos e ovinos, segundo o governo do Estado. O projeto, orçado em quase R$ 2,5 milhões, foi custeado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), governo

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Os setores de caprino e ovinocultura têm passando por várias transformações e vêm ganhando destaque no cenário do agronegócio. Hoje, essas áreas são responsáveis por boa parte da renda dos produtores no Nordeste. Porém, os sistemas de produção nesSas atividades ainda são praticados de formas tradicionais, não atendendo às exigências mercadológicas em relação à regularização dos animais comercializados, qualidade e preço.
O projeto “Desenvolvimento de pesquisas para avanços e consolidação dos agronegócios, dos produtos e serviços da caprinovinocultura no semiárido – Agrocapri” reúne pesquisas em melhoramento genético, nutrição, reprodução e forragens, como também na qualidade da carne, produtos derivados e produção orgânica de ovinos, esse realizado em parceria com a Fazenda Tamanduá, localizada no município de Aparecida, na Paraíba.

O principal objetivo do projeto é desenvolver um sistema de produção modelo, incluindo a escolha de genótipos adequados até a classificação e tipificação de carcaças, preparo de cortes cárneos e subprodutos, como queijo, linguiça e bebida láctea.

De acordo com o coordenador do projeto e diretor técnico da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa, nas Estações Experimentais de Tacima e Pendência são incorporadas várias tecnologias já desenvolvidas pela Emepa e parceiros. O Agrocapri também contempla pesquisas de tipificação e classificação de carcaça e dos cortes comerciais, definindo o sistema mais apropriado para a uniformização e um melhor aproveitamento dos cortes que são oferecidos no mercado.
O Agrocapri também regulariza a oferta de carne durante o ano, contribuindo para diminuir a clandestinidade dos produtos comercializados. A falta de regularidade e qualidade da oferta possibilita que o mercado clandestino ofereça nas feiras animais de baixa qualidade, gerando assim um ciclo vicioso porque muitas pessoas não consomem carne de caprinos e ovinos devido à incerteza da origem. Para atender a demanda, o mercado importa animais, principalmente do Uruguai e da Argentina.

Benefícios nutricionais

A carne de caprino é a única que é comparada ao frango e a carne suína, porque tem o mesmo nível de proteína e o mesmo teor de colesterol e de gordura. O leite também é bastante saudável e recomendável para crianças, idosos e pessoas com intolerância à lactose.

Segundo o presidente da Emepa, Manoel Duré, o Agrocapri é dividido em sete subáreas e foi orçado em mais de R$ 2 milhões, sendo R$ 400 mil investidos pelo governo do Estado. O projeto conta com uma equipe de 32 pesquisadores e 18 bolsistas.