Os criadores paranaenses ficaram aliviados com a decisão do governo do Paraná. Para eles, as atuais barreiras sanitárias não estão em condições de garantir que o gado que entra e sai do Estado seja fiscalizado com o rigor que um ambiente sem vacinação exige.
? Nós precisamos de segurança. Segurança no sentido de sanidade, e foi o que aconteceu. Esse é um caminho sem volta e vai continuar até o dia em que o Estado ficar livre de aftosa sem vacinação. Porém, temos que cumprir todos os passos que precisam ser feitos para atingir os objetivos ? diz o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte, José Antonio Fontes.
Entre esses passos está a reestruturação das barreiras sanitárias do Paraná. Os salários oferecidos em concursos anteriores seriam de R$ 1,3 mil para técnicos agrícolas e R$ 3 mil para médicos veterinários. Por isso, a maioria dos aprovados não se interessou pelas vagas. Os valores devem ser revistos pelo governo do Paraná.
? Realmente, o salário hoje, o piso salarial nosso está bastante defasado também com relação a veterinário. Então, o Estado vai precisar rever essa questão ? diz o superintendente do Departamento de Fiscalização (Defis) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Carlos Alberto Bonezzi.
Segundo a Secretaria, é preciso contratar pelo menos mais 475 profissionais para garantir pessoal nas 31 barreiras sanitárias que existem hoje e nas outras quatro que o Estado planeja implantar, duas na divisa com São Paulo e outras duas na fronteira com a Argentina. Entretanto, além de recursos para melhorar o salário dos funcionários, também será preciso comprar equipamentos e mobiliário para os postos de fiscalização.
O Estado diz que não desistiu de suspender a vacina, mas não dá prazo para que tudo esteja dentro do exigido pelo Ministério da Agricultura. A segunda etapa da campanha de vacinação está confirmada para novembro. O Paraná espera vacinar mais de 98% do rebanho, que tem hoje 9,6 milhões de cabeças de bovinos.