O Paraná é o terceiro produtor nacional de peixes em áreas continentais, ou seja, em rios e tanques e não no oceano. O norte do Estado responde por 30% desse total. Um dos convênios firmados nesta sexta, em Londrina, prevê a implantação de parques aquícolas em oito reservatórios do rio Paranapanema, que faz divisa com o Estado de São Paulo. O Ministério da Pesca espera que o Estado reforce a produção para diminuir a importação de pescados, que chegou a 230 mil toneladas no ano passado.
O Paraná produz atualmente mais de 20 mil toneladas de peixe de água doce. Com a assinatura dos convênios, o Estado espera chegar, em pouco tempo, a 93 mil toneladas anuais, cerca de um terço da produção nacional neste segmento da atividade.
O ministro da Pesca, Altemir Gregolin, disse que os investimentos no Paraná devem fomentar o setor e também oferecer alternativas para produtores de peixe que tiveram áreas alagadas para dar lugar a hidrelétricas.
? Há muitas águas no Estado, seja em propriedades privadas ou em reservatórios, como no rio Paranapanema e na Itaipu. A Itaipu foi o primeiro reservatório que nós fizemos a cessão de águas da União. É importante destacar isso porque, até dois anos atrás, era proibido produzir em reservatórios. Não havia um marco legal, não havia regras, coisa que o Chile tem há 20 anos e a Noruega há 40 anos. Nós resolvemos o problema do marco legal, e passamos a entregar títulos de cessão, o que dá segurança a quem deseja investir e cria um ambiente favorável de produção ? defendeu Gregolin.
Os produtores de peixe da região estão otimistas. Atualmente, 80% da produção vai para os pesque e pagues por falta de estrutura de industrialização. Parte da verba é destinada à construção de um centro integrado de pesca e de duas unidades de beneficiamento de pescados, uma delas em Alvorada do Sul.
? Com os frigoríficos instalados, os produtores vão poder destinar seu produto a uma fábrica, à industrialização. Também existe na região de Alvorada fábricas de costura já interessadas na pele da tilápia para fazer processamento. Então, toda a região vai estar envolvida economicamente ? explicou o presidente da Associação dos Produtores de Peixe do Norte do Paraná, Petra Maria Wagner.