Paraná trabalha para ser livre de aftosa sem vacinação

Tabela de classificação de risco para doença foi atualizada no final de 2009. SC ainda é o único Estado onde vacina não é obrigatóriaO Paraná tem 9,5 milhões de cabeças de gado. Segundo a Secretaria de Agricultura e Pecuária, em 2009, 98% do rebanho foram vacinados na segunda etapa da campanha contra a febre aftosa, que terminou em novembro. O balanço foi divulgado na semana passada e coincidiu com a publicação atualizada da tabela de risco para a doença, feita pelo Ministério da Agricultura.

A principal mudança no documento é a inclusão dos Estados do Ceará, Paraíba e Piauí na categoria BR3, de risco médio para a aftosa. Antes o risco não era conhecido ou não classificado nos três Estados. O risco mais alto é o BR4. No Paraná, a situação é bem mais tranquila.

Pela tabela atualizada do Ministério da Agricultura o Paraná continua na classificação BR1, ou seja, com risco mínimo para a incidência de aftosa. Só há um nível melhor do que este é o BR-D, onde o risco é desprezível, mas atualmente só Santa Catarina ocupa esta posição. A Secretaria de Agricultura do Paraná lançou no ano passado uma campanha pela dispensa da vacina também aqui, mas ainda não há data para a concretização da mudança.

Pelo cálculo da secretaria, os 2% de gado não vacinado representam 139 mil cabeças. O representante do Departamento de Fiscalização (Defis) de Londrina, Carlos Alberto Bonezzi, diz que quem não vacinou será autuado e o gado vacinado. Os técnicos já estão a campo. O procedimento faz parte das ações pela conquista da suspensão da vacina no Paraná.

? A classificação pelo Ministério já é importante. Esses índices também são importantes. A gente tem que manter o trabalho que é feito atualmente. Logicamente, o Ministério deve passar novas recomendações ao Estado. Mas o Estado está preparado para requisitar esse status de área livre sem vacinação ? afirma Bonezzi.

Para o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte, José Antonio Fontes, o Estado tem suas obrigações, mas o produtor também deve estar em alerta permanente.

? O pecuarista, com toda a responsabilidade que ele já tem, deve acompanhar esse protocolo e atender às necessidades, vacinando e também tomando cuidado com aquele gado que ele adquire, porque ele pode adquirir animais de áreas que não estão no mesmo status do Paraná. Então, ele tem que ser muito exigente quanto a isso, extremamente exigente para que nós não tragamos para cá o problema dos outros. E isso eu tenho absoluta certeza que todo mundo olha, porque isso tem preço. Toda vez que você mexe com preço, você valoriza as coisa e toma mais cuidado. Quando for adquirir animais, exija tudo, não só o comprovante de vacinação, mas realmente se esses animais foram vacinados ? aconselha Fontes.