O Paraná tem um rebanho de 9,5 milhões de cabeças de gado, mas vacina somente os animais com até 24 meses nesta primeira etapa. São quase 4,5 milhões de unidades. Segundo a Secretaria de Agricultura, até o momento mais de 4 milhões de doses estão disponíveis no Estado e não deve faltar vacina.
A expectativa é manter o índice de imunização próximo aos 98% registrados nos últimos anos. Além de vacinar é preciso também comprovar a medida junto à secretaria de agricultura até 31 de maio. Segundo o superintendente técnico regional da defesa sanitária da saeb, carlos alberto bonezzi, a fiscalizaçâo para quem não cumprir a lei é rigorosa.
? Hoje a multa está estipulada em torno de R$ 96 por animal não vacinado. Então sai bem mais caro a multa do que a vacina, porque a vacina custa em torno de R$ 1,50, R$1,70. E a multa não exime, não isenta ele da realização da vacinação. Poderemos fazer até vacinação compulsória ? explica Bonezzi.
O Paraná não quer repetir o episódio de 2005, quando o Ministério da Agricultura registrou no Estado focos de febre aftosa, até hoje contestados pelos criadores. Desde então, o controle da doença foi mais severo. Em um ano o Paraná voltou a ser livre da doença com vacinação.
Em 2010, o Paraná chegou a oficializar junto ao Ministério da Agricultura um pedido de dispensa da vacina obrigatória, mas no segundo semestre recuou, principalmente por falta de estrutura física e de pessoal em grande parte das 31 barreiras sanitárias do Estado. Este ano, o novo governo retomou o objetivo, mas sabe que tem um longo caminho pela frente.
Muitas barreiras estão sem funcionários. Há dificuldades com a contratação de pessoal, porque os salários são considerados baixos. São necessários mais de 500 novos profissionais e o governo paranaense está chamando perto de 200 concursados aprovados e garante que há recursos para fechar o quadro.
O Paraná anunciou que seriam precisos pelo menos R$ 500 milhões para reestruturar os postos fiscais. Há uma proposta de parceria com os Estados de divisa: Mato Grosso do Sul e São Paulo para que o custo fosse distribuído, mas, por enquanto, não há ações oficiais para o assunto. Os criadores aprovam a iniciativa, mas lembram que os países vizinhos precisam participar.
? O caminho é esse exatamente: Estados e países limítrofes, não só Estados. Nós temos o Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Esses países também devem envolvidos. Onde tem terra e gado tem que estar envolvido porque há um trânsito e esse trânsito tem que ser extremamente organizado ? afirma José Antônio Fontes, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte.
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