No encontro, realizado na Emater Paraná, em Curitiba, o secretário disse que esse trabalho deverá também melhorar a qualidade do leite paranaense, ajudando a influenciar no aumento de ganhos ao produtor e consequentemente no melhor aproveitamento do produto junto à indústria.
– Vamos trabalhar em conjunto com a Ocepar, Faep, Fetaep, Fiep, Emater, sindicatos rurais, da indústria do leite entre outras entidades ligadas ao setor pecuário, esclarecendo sobre a importância e necessidade de erradicarmos a brucelose e tuberculose dos rebanhos paranaenses. O ideal é que essa vacinação seja feita até os seis meses de idade, e preferencialmente por técnicos veterinários – disse Norberto Ortigara, lembrando da obrigatoriedade em se vacinar as bezerras de três a 18 meses de idade.
Mariza Koloda, médica veterinária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), órgão do Governo do Estado, explica que tanto a brucelose como a tuberculose são zoonoses contagiosas provocadas por bactérias do gênero brucella.
– São enfermidades extremamente graves, de evolução crônica, que causa infertilidade e aborto no final da gestação, afetando principalmente as espécies bovina e bubalina. Esse tipo de doença também pode ser transmitida aos seres humanos – alertou Koloda.
A Adapar tem um programa de controle e erradicação da brucelose e da tuberculose animal em pequenas e médias propriedades rurais. Conforme os dados de 2012, 48% dessas propriedades, e 61% do rebanho paranaense (676.584) de bezerras, já haviam sido vacinadas preventivamente contra essas duas enfermidades.
– Estamos intensificando essas ações para ampliarmos esse quadro de vacinação no Paraná. Mas para isso precisamos também do entendimento e cooperação dos produtores. Procuramos primeiro orientar, para depois fiscalizar. Mas na realidade essas duas situações andam juntas – afirmou a médica veterinária na palestra feita durante o encontro do Cedraf.
Além do programa estadual de controle e erradicação da brucelose e tuberculose animal, a Seab e a Adapar deverão também adotar estratégias coletivas como os encontros regionais com o setor rural no Estado.
– Levando esse tipo de palestra nestes encontros para conscientizar ainda mais o nosso produtor. O cuidado que o produtor tiver com o seu rebanho determinará também a qualidade da sua produção – disse o secretário Norberto Ortigara.
Outro trabalho que a Adapar já realiza desde 2010 é o reconhecimento de propriedades como livres de brucelose e tuberculose. Os procedimentos de certificação de propriedades obedecem aos princípios técnicos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A adesão ao processo de certificação de propriedades como livres ou monitoradas é voluntária, sendo a certificação livre indicada para propriedades de gado leiteiro e a monitorada específica para o gado de corte.
O saneamento das propriedades em processo de certificação é realizado por meio da eliminação dos animais reagentes confirmados mediante exames periódicos em todo o plantel da propriedade, sendo que o período mínimo entre a adesão da propriedade e o final do saneamento é de 270 dias.
A atividade de saneamento destas propriedades é realizada por médico veterinário habilitado privado e é monitorada por fiscais de Defesa Agropecuária da Adapar.
– Já temos 52 propriedades no Paraná com essa certificação. Podemos e devemos ampliar esse trabalho – conclui Mariza Koloda.