Parceria entre BRFoods e Embrapa promete aumentar competitividade do leite

Objetivo é colocar o setor nos níveis de produção de primeiro mundoDiferente do segmento de carnes, o de leite do Brasil não é tão competitivo quanto poderia ser. A produtividade do setor chega a 1,5 mil, no máximo 1,7 mil litros por vaca a cada ano. Na Argentina, este número chega a quase cinco mil. E há países que têm média de oito mil litros de leite por animal.

A constatação foi o ponto de partida para a criação da parceria, que envolve a Brasil Foods e a Embrapa, além de uma cooperativa do Paraná. O acordo foi anunciado oficialmente em uma reunião em São Paulo. O trabalho já está sendo feito no campo com 20 propriedades. A maioria nos Estados da região Sul, mas há também em Pernambuco, Minas e Goiás. Os produtores têm acesso ao que se pode chamar de pacote de benefícios, e irão receber orientações técnicas e apoio para se manterem no mercado.

? Acesso aos melhores medicamentos e sanitizantes, acesso às melhores sementes, aos melhores semens, ao melhor material genético. Tudo isso faz com que ele cresça na produção, cresça em competência de produção e a custos viáveis ? disse o diretor geral da BRFoods, Wlademir Paravisi.

A parceria vai usar a experiência de dois projetos que já estão em andamento há mais tempo: o Clube do Produtor de Leite, desenvolvido pela BRFoods, e o Balde Cheio, da Embrapa. No conjunto, a idéia é melhorar a produção e por conseqüência a renda do pecuarista.

Há 1,3 milhão de produtores de leite no Brasil, com média geral de produtividade de 250 litros/dia. Segundo os pesquisadores da Embrapa, com projetos como este é possível até triplicar esta média.

? Mais de 90% dos municípios brasileiros tem no leite uma fonte de renda importante pro município. São quatro milhões de pessoas envolvidas na cadeia do leite. E nós não podemos deixar abandonados estes produtores. Temos que dar pelo menos a oportunidade deles participarem. Se eles vão participar ou não aí é uma questão de cada um ? avaliou o pesquisador Artur de Camargo.

O produtor rural Ede Assis do Nascimento participa há quatro anos do projeto Balde Cheio. Ele recebeu os técnicos na propriedade, mudou os procedimentos, investiu em pastagem e, de 30 litros que tirava por dia, tira hoje 350. É em transformações como esta que está embasado o novo projeto.