As Fazendas Reunidas Boi Gordo ficaram conhecidas por promover investimentos coletivos em gado prometendo alta rentabilidade. Segundo o Ministério Público, o rendimento mínimo vinculado ao boi magro chegava a 42% para resgate em 18 meses, podendo chegar a 60% de acordo com o valor investido. Em 2001, a empresa pediu concordata e em 2004 teve a falência decretada.
A dívida é calculada em R$ 2,5 bilhões. Até o momento, apenas R$ 25 milhões estão na conta da massa falida. O pagamento dos credores depende da venda do patrimônio que pertencia às Fazendas Reunidas Boi Gordo.
Segundo a administração da massa falida, nos dois leilões que devem ocorrer em novembro, serão postas à venda oito propriedade que, juntas, são avaliadas em cerca de R$ 60 milhões. O síndico da massa falida, Gustavo Sauer, informa que nos leilões não serão aceitos lances abaixo do valor de avaliação das propriedades.
De acordo com o promotor de Justiça Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, no caso de ocorrerem lances abaixo da avaliação, existe a possibilidade de propor aos credores receber as propriedades como pagamento.
As informações sobre a situação de cada propriedade e o processo de falência das Fazendas Reunidas Boi Gordo estão neste site, lançado a pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo. A expectativa de Sauer é de que já seja possível iniciar o pagamento dos cerca de 30 mil credores. Os primeiros da lista são os trabalhistas.
? Se houver sucesso, o pagamento dos credores ocorrerá já no primeiro semestre do ano que vem ? afirma o síndico da massa falida.
Se, para os credores trabalhistas, a espera pode ficar mais curta, o mesmo não se pode falar dos investidores, como o empresário Luiz Carlos Senna. Entre 1999 e 2001, ele aplicou cerca de US$ 150 mil. E, assim como muitos que investiram, está no fim da fila para receber. Senna acredita que o erro da Boi Gordo foi não contatar os credores antes de pedir a concordata. Mas afirma que com os leilões existe uma esperança de receber o que investiu.