De acordo com a AgraFNP, cerca de 17 milhões de hectares atualmente usados como pasto serão destinados a outras culturas na próxima década. O crescimento do rebanho brasileiro será pequeno, podendo variar entre 183 milhões e 184 milhões de cabeças. A estimativa atual da consultoria está em torno de 170 milhões.
Mesmo assim, a expectativa é positiva, explicou o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, em entrevista ao Mercado e Companhia.
? Vamos ganhar produtividade em termos de colocar mais gado por área, abater gado mais cedo, mais natalidade, taxas de fertilidade vão subir e os rendimentos de carcaça.
Ferraz ressaltou, por outro lado, que em algumas regiões, como Norte e Nordeste, se manterão como áreas de expansão de áreas de pastagem. Mas não será suficiente para compensar o forte recuo nas demais áreas do país.
Sobre exportações, José Vicente Ferraz afirmou que a pecuária brasileira continuará a conquistar mercados internacionais nos próximos dez anos, estimulado pelo aumento da demanda. Segundo ele, menos de 25% do que o setor produz são exportados.
? Com as variações cíclicas naturais, acreditamos que o Brasil chegue a exportar um terço do que produz.
A AgraFNP projeta ainda que os custos de produção para o pecuaristas continuarão a aumentar. De acordo com José Vicente Ferraz, o movimento acompanha a alta dos preços das commodities, principalmente as energéticas, como o petróleo, fosfatos e potássio.
? Acreditamos que a atividade, até para dar um estímulo suficiente para haver um certo aumento da produção, ela vai ter de melhorar um pouco a rentabilidade. A previsão para o produtor é otimista.