A possibilidade desse processo ser incorporado pelos brasileiros foi levantada por Pedro Eduardo de Felício, professor da Universidade Estadual de Campinas, durante o Congresso Internacional de Pecuária de Corte, que se encerrou nessa sexta, dia 21, em Porto Alegre. Assim como nos EUA, no Brasil, os frigoríficos estão concentrados nas mãos de poucas grandes companhias.
Para se ter uma idéia de como é delicado o tema, nenhum dos palestrantes norte-americanos que estiveram no congresso quis falar sobre o assunto. Da mesma maneira que nos EUA, as plantas frigoríficas nacionais também estão investindo na produção de seu próprio rebanho de confinamento. Na prática, a longo prazo, a medida vai servir basicamente como reguladora de preço.
? Quando houver escassez de animais para abate, e com isso o preço do boi estiver valorizado, bastará os frigoríficos abrirem as porteiras de suas fazendas para o preço cair ? afirma Felício.
Para evitar que este cenário ocorra no Brasil, o professor só vê uma solução: a criação de uma legislação impedindo os frigoríficos de engordarem animais em confinamento.
Opinião contrária tem José Fernando Piva Lobato, professor de Pecuária de Corte e Forrageiras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Conforme o professor, é possível que, por exigência de mercado externo, haja demanda por carcaças mais pesadas. Por isso, os produtores talvez tenham de reservar boas pastagens nas melhores propriedades à criação de exemplares para abate.
O Brasil é o segundo maior exportador de carne do mundo, só atrás dos EUA, e deverá fechar 2008 com uma receita de US$ 5,7 bilhões.