Pesquisadores da Epagri, juntamente com outros cientistas e técnicos do Brasil e Estados Unidos, identificaram uma nova praga de pastagens de grama-bermuda em Santa Catarina. Trata-se da cigarrinha Metadelphax propinqua, uma espécie sugadora associada a diversas plantas cultivadas.
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A praga foi encontrada em janeiro e fevereiro de 2023 em áreas de produção de feno de Chapecó e de outros municípios da região oeste do estado. Segundo os pesquisadores, foram observados “surtos populacionais impressionantes” da cigarrinha.
As plantas infestadas apresentaram clorose foliar, redução da taxa de crescimento e deposição de honeydew, uma secreção açucarada que pode favorecer o desenvolvimento de fungos.
No entanto, a maior preocupação dos pesquisadores é o fato de que a cigarrinha é vetora de importantes fitopatógenos, incluindo o vírus da clorose estriada do capim-bermuda (CCSV) e os vírus do encurtamento rugoso do milho (MRDV) e da risca amarela do milho (MYSV).
“Essa espécie é reportada como vetora de importantes doenças para a grama-bermuda e para outras espécies de plantas cultivadas, incluindo o milho”, alerta Leandro do Prado Ribeiro, pesquisador e entomologista da Epagri.
A cigarrinha é uma espécie pantropical, ou seja, está presente nas regiões tropicais de todos os continentes entre as latitudes 50° norte e 40° sul. Inclui em seu habitat áreas costeiras e paisagens agrícolas do sul e centro da Europa e zonas temperadas e tropicais quentes de todos os continentes: África, Ásia, Austrália, Europa e América do Norte e do Sul.
“Por se tratar de uma espécie nova em cultivos brasileiros, ainda não dispomos de ferramentas para o seu manejo”, destaca Leandro.
“No entanto, o monitoramento das áreas é imprescindível para reconhecermos o problema, a sua distribuição ao longo do território catarinense e também o impacto nos sistemas de produção de forragem aqui no estado”.
Os pesquisadores recomendam que os produtores rurais fiquem atentos aos sinais de infestação da cigarrinha Metadelphax propinqua, como o amarelecimento das folhas, a redução da taxa de crescimento e a presença de honeydew. Em caso de suspeita, é importante entrar em contato com as instituições de pesquisa ou de extensão rural.