De acordo com a associação, as empresas estão ameaçando suspender a compra de gado de algumas fazendas, caso uma lista de exigências ambientais não seja atendida. A Acrimat alega ter entrado em contato com o grupo JBS-Friboi para obter a relação das propriedades que estariam com irregularidades ambientais, mas o pedido não foi atendido.
Na última semana, produtores da região do bioma Amazônia, que não teriam problemas ambientais, receberam cartas enviadas pela direção do Marfrig, reforçando as ameaças de rompimento das relações comerciais. Segundo a entidade, através destas correspondências, a empresa cobra documentos que comprovem que a fazenda está em dia com a legislação ambiental. Entre as requisições estão o georreferenciamento, a matrícula da propriedade e até mesmo a inspeção e coleta dos pontos georreferenciados realizada por técnicos designados pelo frigorífico.
Nesta quinta, dia 5, a Acrimat tornou pública a insatisfação com o caso e divulgou uma carta de repúdio, um alerta aos pecuaristas contra os supostos abusos cometidos pelos frigoríficos. Entre os pontos destacados no documento está a possibilidade de que os produtores promovam uma campanha maciça de boicote às duas empresas.
? A questão foi levada ao departamento jurídico. Não está descartada a possibilidade de um boicote, uma suspensão de fornecimento às empresas ? explica o superintendente da Acrimar, Luciano Vacari.
Os produtores também questionam o posicionamento das empresas porque o prazo para adesão voluntária ao MT Legal, o programa mato-grossense de regularização ambiental, segue até o dia 13 de novembro deste ano. Esta é uma das condições que deverão ser impostas pelos grupos, que há dois meses assinaram um termo de ajustamento de conduta proposto pelo Ministério Público Federal. Com o documento, as empresas se comprometem a restringir a compra de animais àquelas propriedades que estejam em dia com a legislação ambiental e que além da adesão ao MT legal também apresentem o cadastro ambiental rural.