Uma das principais medidas estabelecidas pelo acordo é a continuidade das doações de vacinas contra a febre aftosa. Desde 1997, pecuaristas de Mato Grosso disponibilizam doses do produto para os bolivianos a fim de reforçar o controle sanitário na região. Durante este período, cerca de 750 mil doses já foram doadas e uma remessa com 50 mil doses deve ser enviada para o país vizinho nos próximos dias.
De acordo com o conselheiro do Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa), durante a assinatura do compromisso em San Matias, foi criada a Comissão Internacional Mista. Formada por representantes de instituições públicas e privadas tanto do Brasil quanto da Bolívia, a comissão deve regulamentar e definir as normas sobre os trabalhos que serão executados.
Mato Grosso possui 780 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia. A região de San Matias, na faixa de fronteira, possui um rebanho de 90 mil animais, menos de 0,5% do rebanho concentrado em Mato Grosso. O número é pequeno, mas diante de um inesperado foco de febre aftosa poderia ameaçar toda a segurança sanitária do Estado. Por isso, a classe produtora não tem dúvidas: garantir a sanidade do rebanho boliviano significa proteger o gado brasileiro.
O último caso de febre aftosa na Bolívia foi registrado em 2007. Já a região de fronteira com Mato Grosso não registra a doença há mais tempo. Desde 2003, é reconhecida como área livre de febre aftosa com vacinação, condição favorável aos pecuaristas mato-grossenses, que há 14 anos mantém o rebanho livre da doença.