Pecuaristas de Minas Gerais reclamam da alta nos custos de produção

Se o cenário se mantiver como está hoje, confinamento pode se tornar inviávelPecuaristas de Minas Gerais estão reclamando da alta nos custos de produção. Se o cenário se mantiver como está hoje, o confinamento pode se tornar inviável.

Na época das chuvas o pasto verde bem manejado ajuda a reduzir os custos em um momento de incertezas no mercado do boi gordo e missão de repor os animais após cada lote. Em 2012, o pico de preço no Triângulo Mineiro foi em abril e alcançou os R$ 104,00 por arroba. A pior cotação foi em dezembro, quando caiu para R$ 90,00. Os pecuaristas ainda olham desconfiados para o travamento de preços no mercado a termo, e fazem o comparativo em um período mais longo.

Em uma fazenda na região a última entrega foi no inicio de fevereiro ao preço de R$ 93,00 a arroba, R$ 4,00 a menos do que se fosse negociado  no Estado de São Paulo. A diferença é por causa do ICMS mineiro. Mas o que preocupa os pecuaristas são os custos dos insumos dentro da estagnação dos preços, que não dão sinais de melhora no curto prazo.

O pecuarista Ademir Ferreira de Mello é cauteloso. Ele manda para o abate cinco mil animais por ano e quer chegar em 2017 engordando 10 mil bois. Mantém fidelidade com o mesmo frigorifico que já conhece as exigências e estreitou a confiança. O problema mesmo é a falta de perspectiva de alta no mercado.

— O que se percebe é que deve ser um mercado bem estável, sem muitos altos e baixos. É claro que tem a  política internacional. Você nunca sabe o que acontece — explica o pecuarista.

O pecuarista Danilo Boldrini é mais enfático quando olha para os custos de alimentação e de reposição do gado para engorda, que podem inviabilizar os futuros confinamentos.

— Hoje, no preço atual, é impraticável trabalhar o confinamento. A gente espera uma alta. Até no mercado futuro já tem alguma indicação, mas eu acho que tem que melhorar um pouco, porque senão esse ano vai ser complicado trabalhar, essa conta não fecha. Muita gente vai parar de confinar este ano — afirma.

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