Alguns frigoríficos menores são adquiridos e fechados ou levados à falência, deixando os pecuaristas sem opção para a venda de bois. A concentração, segundo ele, favorece a manipulação de preços.
— A arroba do boi caiu 6% nas últimas semanas, mas não houve redução de preço para o consumidor — afirmou.
De acordo com Maia, causa preocupação o fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter financiado as últimas aquisições feitas por grandes grupos. A ação do banco público gera desequilíbrio no mercado e é nociva para o setor, segundo ele.
— Na queda do último grande conglomerado, o banco era dono de 14% do investimento e teve de amargar um grande prejuízo. Os criadores tiveram’ um calote irreparável e, como o banco é público, o rombo sobrou na verdade para o bolso dos brasileiros — disse. O encontro deve resultar numa posição do setor sobre a questão.
— É preciso que saibamos nos posicionar em relação a este entrave que vem sendo desenhado pela concentração da indústria frigorífica. Se não agirmos unidos e com eficiência, poderemos nos tornar no futuro meros integrados, como já acontece na produção de suínos e aves — compara Maia.
Ele diz que esse alerta encontra respaldo em todas as análises de mercado.
— A concentração da indústria hoje é algo tão preocupante que somente oito frigoríficos respondem por 29,4% de todo o abate no p aís. Em Mato Grosso do Sul três frigoríficos respondem dos 70% dos abates.
Em 2011, os frigoríficos com inspeção federal abateram 3,08 milhões de bois no Brasil. Dois senadores e 15 deputados confirmaram presença no evento.
Participam também da mobilização a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Exportadores de Boi em Pé do Pará, Associação Brasileira de Criadores de Gado Zebu (ABCGZ), Associação Nacional de Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), Associação de Fazendeiros do Alto Xingu (AFAX), Sociedade Rural Brasileira (SRB) e União Democrática Ruralista (UDR).