Pecuaristas do Rio Grande do Sul aprovam medidas do Plano Safra 2011/2012

Governo federal oferece novas linhas de investimentos especiais para o setorRecursos para semear e recuperar pastagens, mais dinheiro para reter matrizes e adquirir reprodutores. Dentro das medidas anunciadas pelo governo federal no Plano Safra 2011/2012, a pecuária ganhou linhas de investimentos especiais, para alegria dos produtores do Rio Grande do Sul. Com os subsídios que serão ofertados, o Ministério da Agricultura espera em 10 anos elevar a lotação média no país de 1,2 cabeça de bovino/hectare para até três.

Quem vive a prática da pecuária diariamente acredita que um incentivo para produção de pastagens é fundamental para criação de um gado de qualidade e que a retenção de matrizes é essencial para que o rebanho cresça. Ainda que a pastagem nativa seja proveitosa para o gado dos campos do RS, o inverno rigoroso pede um implemento, acredita o produtor de braford, Moacir Ribeiro. Quando ficou sabendo que a linha oferecida por meio do pacote federal oferece juros mais baixos, 6,75% ao ano, e limite de R$ 750 mil para a aquisição de animais, o criador aprovou a mudança. Com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Uruguaiana (RS), onde Ribeiro tem sua propriedade, está começando a desenvolver um plano para implementar pastagens, fazendo subdivisões em seus campos.

? Planto aveia, azevém e trevo. Precisamos segurar o inverno. É um investimento que demanda dinheiro, e as linhas de créditos são muito importantes. É uma maneira de passar períodos difíceis com segurança de ter o alimento ? diz o criador.

Os produtores do Estado vêm desenvolvendo há anos trabalhos de melhoramento de pastagem, inclusive nativas, e que são referência no país. E contam com apoio de crédito semelhante ao anunciado, embora com teto menor de R$ 200 mil.

? Há quatro anos temos uma linha como essa no Estado. Com bons resultados e baixíssima inadimplência. Talvez tenha sido um teste ? observa o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores e professor da Universidade de São Paulo (USP) Raysildo Lôbo, a boa qualidade das pastagens está diretamente ligada à produtividade, podendo resultar no aumento da sustentabilidade ambiental.

Entenda as novidades do Plano:

? Cada criador poderá contratar até R$ 750 mil para aquisição de reprodutores de bovinos e búfalos.

? Aumento de limite de custeio de R$ 275 mil para R$ 650 mil, acréscimo de 136%. O novo teto engloba pecuária de corte, leiteira, ovinocaprinocultura, apicultura, suinocultura e avicultura, inclusive em sistemas integrados.

? Os criadores terão mais acesso a crédito pelo Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro). O limite dobrou, passando para R$ 600 mil. Quando o investimento for coletivo, passa para R$ 1,2 milhão. O prazo de pagamento foi ampliado para 10 anos. O programa financia a pecuária de leite, ovinos, caprinos, suínos, aves e abelhas.

? No Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), a renda bruta será de R$ 700 mil ao ano para que o médio produtor possa ter acesso aos R$ 8,3 bilhões.

? O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) terá R$ 3,15 bilhões para investimentos em técnicas que assegurem maior produtividade e preservem o ambiente.