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Pecuaristas tentam controlar doença bovina com medicamentos contrabandeados

Enquanto não chega ao país um produto fabricado na França para combater a tripanossomose, que pode ser mortal aos bovinos, criadores brasileiros apelam a remédios trazidos ilegalmente da Bolívia

Fonte: Divulgação: Roberto Guedes / Governo da Paraíba

Preocupados com a incidência da tripanossomose bovina em seus rebanhos, pecuaristas brasileiros têm recorrido ao uso de medicamentos trazidos ilegalmente ao país para combater a doença, que apresenta alto índice de mortalidade. Existe um remédio francês que previne e trata a tripanossomose, mas ele só deve chegar ao país a partir de junho. Enquanto isso, os criadores apelam a produtos contrabandeados da Bolívia para tentar imunizar o gado.

A doença é causada por um parasita, transmitido pela picada de insetos como a mosca-do-estábulo. O contágio também pode ocorrer de um animal para outro através do uso de agulhas e seringas contaminadas.

Além do alto custo e da procedência duvidosa dos produtos trazidos ilegalmente, seu uso pode acarretar problemas ainda mais sérios do que a própria doença, de acordo com o assistente técnico de Defesa Sanitária e Animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) Francis Rocha. 

Ele afirma que a droga não deve ser usada como vacina. “Tem que ser utilizada com orientação de um médico veterinário, na sua dose correta, para que não haja resistência dessa base medicamentosa no futuro”, explica Rocha.

Criador de gado de leite em Passos (MG), Ricardo Castriota perdeu 18 animais por causa da doença, tomando um prejuízo de R$ 100 mil. O pecuarista acredita que a liberação do medicamento francês vá ajudar a conter a proliferação da tripanossomose. Mas gostaria que o governo fosse mais rígido com relação ao remédio contrabandeado, como já acontece com outras drogas.

Prevenção

Para prevenir a doença no rebanho, é recomendado que os criadores redobrem os cuidados nas fazendas. É necessário manter um rigoroso controle sobre a presença dos transmissores, com uso de inseticidas e repelentes a manutenção da limpeza nos currais. 

O veterinário Gustavo Lima aconselha ainda fazer a desinfecção de agulhas e utilizar uma unidade por animal. “É preciso evitar o uso de agulha suja, agulha contaminada”.

Além disso, é necessário tomar precauções na compra de novos animais. Francis Rocha, do IMA, recomenda que se procure saber a origem das reses, verificando se não há exemplares positivos para a doença na propriedade. “Também se pode pedir que sejam realizados exames pelos veterinários, que são habilitados para isso, evitando a compra de animais doentes”, completa.

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