As propostas chegaram aos bancos sem o projeto de viabilidade do empreendimento e adequação do maquinário às atividades da propriedade e, agora, terão de ser remetidas a entidades de assistência técnica credenciadas pelo governo federal para formulação da análise. Somente após o relatório ser reenviado às instituições financeiras, é que a venda poderá ser confirmada. Os pedidos somam R$ 100 milhões.
Apesar da inversão do fluxo operacional ? o primeiro passo deveria ter sido solicitar a entidades de assistência técnica o projeto ?, o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Rio Grande do Sul, Nilton Pinho de Bem, acredita que uma eventual demora será compensada pelo fato de o produtor ter adiantado a etapa bancária.
Ontem, indústrias, agricultores e o Banco do Brasil tiraram dúvidas sobre o programa com meta de aumentar a produção em pequenas propriedades. Com o Mais Alimentos, o agricultor pode tomar até R$ 100 mil, com prazo de pagamento de até 10 anos, carência de até três anos, juros de 2% ao ano e desconto de até 17,5% sobre o preço dos tratores com até 75 cvs.
Além do desencontro de informações, surgiu um outro problema. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag), modelos inseridos no programa estariam sendo oferecidos por algumas montadoras sem opcionais.
? Se a tecnologia foi colocada na máquina, é estranho que se tire somente porque o equipamento tem desconto ? questiona Amauri Miotto, tesoureiro-geral da Fetag.
Segundo De Bem, pelo acordo firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos e o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul, os tratores têm de vir obrigatoriamente com todos os itens que garantam o cumprimento de suas funções. Acessórios não estão incluídos.
? É como comprar um carro popular, você pode colocar ar-condicionado, direção hidráulica, mas a sua função básica será preservada independentemente desses itens ? complementa De Bem.