Pequenos produtores do RS percorrem longas distâncias para participar da Feira da Agricultura Familiar na Expointer

Muitos produtores fazem acampamentos coletivos na feira para economizar com hospedagemEsta foi 13º participação da agricultura familiar na Expointer 2011. Para muitos produtores do Rio Grande do Sul, o evento é uma oportunidade de fazer caixa e comercializar o que foi produzido no ano. Por isso, muitos deles viajam longas distâncias e até fazem acampamentos coletivos para oferecer o que trazem das propriedades.

Rejane Beatriz Konzen é de Serro Largo, região das missões do Rio Grande do Sul. Com a ajuda da família ela cria gado leiteiro e traz para o pavilhão da agricultura familiar, na Expointer, produtos derivados do leite, como queijos coloniais, doce de leite, nata, requeijão e iogurte. Para oferecer todas essas delícias, a produtora forma parceria com cinco agroindústrias da região e, durante nove dias, fica hospedada em um caminhão.

? Para evitar custos de alojamentos externos, a gente dorme no caminhão, faz refeições no caminhão ? disse Rejane Beatriz Konzen.

Para aproveitar o evento, alguns produtores vêm de longe. É o caso do seu Vainer Vaz, que veio de Bagé (RS), e levou mais de seis horas para chegar a Esteio. Apesar da distância, o produtor, que participa da Expointer há cinco anos, diz que vale muito a pena. Em parceria com artesãos do município onde mora, Vaz aluga uma van, o que já garante economia.

De acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), foi em 1999 que a categoria passou a participar ativamente da Expointer. Hoje, já são 400 estandes no pavilhão.

Nesta edição da feira, 60% das vendas de máquinas agrícolas foram feitas através do programa mais alimentos, dedicado ao setor. Os números revelam crescimento, mas há ainda desafios importantes a enfrentar.

? Nós temos um dado que o IBGE mostrou no último censo que nos preocupa muito, agora, que apenas no Estado do Rio Grande do Sul, 276 mil pessoas deixaram o meio rural nos últimos dez anos, esta é uma situação que preocupa muito, se nós considerarmos que a soberania alimentar está diretamente ligada a esta atividade ? observou Airton Hochscheid, assessor de política agrícola da Fetag-RS