Rejane Beatriz Konzen é de Serro Largo, região das missões do Rio Grande do Sul. Com a ajuda da família ela cria gado leiteiro e traz para o pavilhão da agricultura familiar, na Expointer, produtos derivados do leite, como queijos coloniais, doce de leite, nata, requeijão e iogurte. Para oferecer todas essas delícias, a produtora forma parceria com cinco agroindústrias da região e, durante nove dias, fica hospedada em um caminhão.
? Para evitar custos de alojamentos externos, a gente dorme no caminhão, faz refeições no caminhão ? disse Rejane Beatriz Konzen.
Para aproveitar o evento, alguns produtores vêm de longe. É o caso do seu Vainer Vaz, que veio de Bagé (RS), e levou mais de seis horas para chegar a Esteio. Apesar da distância, o produtor, que participa da Expointer há cinco anos, diz que vale muito a pena. Em parceria com artesãos do município onde mora, Vaz aluga uma van, o que já garante economia.
De acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), foi em 1999 que a categoria passou a participar ativamente da Expointer. Hoje, já são 400 estandes no pavilhão.
Nesta edição da feira, 60% das vendas de máquinas agrícolas foram feitas através do programa mais alimentos, dedicado ao setor. Os números revelam crescimento, mas há ainda desafios importantes a enfrentar.
? Nós temos um dado que o IBGE mostrou no último censo que nos preocupa muito, agora, que apenas no Estado do Rio Grande do Sul, 276 mil pessoas deixaram o meio rural nos últimos dez anos, esta é uma situação que preocupa muito, se nós considerarmos que a soberania alimentar está diretamente ligada a esta atividade ? observou Airton Hochscheid, assessor de política agrícola da Fetag-RS