Esta é a primeira vez que o defeso será adotado na lagoa, a maior hipersalina do mundo, com um índice de salinidade que gira em torno de 52%. Durante o tempo em que os pescadores ficarem impossibilitados de exercer a profissão, eles vão receber o seguro-defeso, que corresponde a um salário mínimo mensal.
De acordo com Crivella, muitos pescadores vêm se queixando da pesca irregular em Araruama. Para ele, a medida não só contribui para a preservação da fauna local, como garante aos dois mil pescadores da região o trabalho no restante do ano.
– Contamos com a fiscalização do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e da Polícia Ambiental, mas sobretudo, contamos com a fiscalização dos pescadores para poder garantir o sucesso da ação – disse o ministro.
A presidenta da colônia de pescadores de Araruama, Nadrijane Santos, aprovou a implantação do defeso.
– Mesmo com o valor do seguro não cobrindo a nossa renda habitual, no final das contas, o defeso se torna uma garantia de sobrevivência para o trabalho dos pescadores da região. Além de coibir a prática ilegal da pesca – afirmou Nadrijane.
Ainda em Araruama, o ministro assinou o termo de cooperação técnica com pescadores dos municípios de São Pedro da Aldeia e Armação de Búzios, ambos na Região dos Lagos, para regularizar a documentação dos profissionais.
Ainda na tarde desta sexta, o ministro Crivella inaugura o telecentro Maré, na rodoviária de Niterói, região metropolitana do Rio. O espaço público, equipado com computadores conectados à internet, vai oferecer cursos de capacitação e treinamentos, presenciais ou a distância. Além disso, contará com oficinas, palestras e projetos de desenvolvimento comunitário voltados para a pesca e a aquicultura.
– É preciso estreitar essa relação com os pescadores, muitos aqui não sabem usar ferramentas básicas de informática como o e-mail. Aqui eles vão aprender a trabalhar com novas tecnologias para poder aplicar no seu dia a dia – disse Crivella.