O pescador Raimundo Nonato da Conceição vive da pesca há mais de 30 anos. Já passou por momentos difíceis e por momentos bons. É do pescado que ele tira o sustento de toda a família.
Assim como ele, cerca de dois mil pescadores de Juazeiro, no norte baiano, também dependem dos peixes para sobreviver. Mas a poluição, a pesca predatória e a falta de atenção com o rio têm prejudicado a cultura.
O número se amplia quando passa para os cinco Estados banhados pelo Rio São Francisco. São mais de 20 mil embarcações, que de 2006 até 2011 foram totalmente motorizadas, aumentando a potência na pesca e a quantidade de pescadores.
Para controlar a cultura e manter algumas espécies de peixes, desde o dia 1º de novembro deste ano, até o dia 28 de fevereiro de 2012, os pescadores estão impedidos de pescar com redes. Cada um deles recebe um salário mínimo durante os quatro meses e pode retirar até cinco quilos de peixe, ou um exemplar, que ultrapasse este peso. A medida está garantindo a preservação dos animais e a reprodução de algumas espécies que já estão ameaçadas de extinção.
Esse período também é usado para reforçar a conscientização das comunidades ribeirinhas. O objetivo é garantir a safra de peixes para a Semana Santa, época em que o pescado é muito servido na mesa dos brasileiros.
Enquanto a pesca está proibida, os pescadores se reúnem para discutir temas importantes para a comunidade. A analista do IBAMA, Eliana Simas, diz que as palestras e reuniões realizadas ao longo dos cinco Estados já têm mudado a postura da população ribeirinha.