A rede de arrasto medindo 1,4 mil metros foi colocada mar adentro com auxílio de um barco por oito pescadores liderados por João Adílio Batista, 54 anos. Os pescadores já desconfiavam da existência do cardume porque na noite anterior haviam capturado corvinas com redes pequenas. O vento que começou a soprar na direção leste com maior intensidade no final da manhã também ajudou.
No início da tarde, a rede começou ser retirada do mar por outros 25 pescadores, que precisaram da ajuda de parentes e amigos devido ao peso gerado pelo excesso de peixes na malha.
? Essa foi a maior redada que dei até hoje. Já tinha visto quantidade maior, no Rio Grande do Sul, mas não era meu ? contou o pescador e dono da rede João Adílio Batista.
Sem conseguir retirar a rede de uma vez, o jeito era “pescar” de forma improvisada os peixes que se debatiam no raso. A pescadora Glória João Ferreira, 45 anos, saía do mar literalmente abraçada a meia dúzia de corvinas:
? É só felicidade ? disse, antes de voltar para pegar mais corvinas.
Agonizantes, os peixes eram depositados sobre uma lona plástica estendida na beira da praia, sob os olhares de curiosos. A maioria dos peixes tinha um peso aproximado entre dois a três quilos, mas uma corvina que, segundo os pescadores, devia pesar uns 15 quilos, era exibida e chamada pelos pescadores de “a chefe”, porque estaria a frente do cardume capturado. De acordo com o presidente da Colônia de Pesca Z-33, João Piccolo, o lance de corvina compensa os prejuízos que os pescadores tiveram com a escassez de tainha durante o inverno.