O nome é complicado: manipulação de ovócitos em folículos ovarianos pré-antrais. Mas o objetivo é simples: aproveitar todos os óvulos disponíveis nas fêmeas, inclusive os que não chegam a se desenvolver.
A fazenda do pecuarista Alexandre Bispo utiliza há mais de dez anos a produção de embriões in vitro, quando os óvulos da vaca são retirados e fecundados em laboratório. Com esta tecnologia, a fêmea dá origem a vários filhotes. Ele ainda pode escolher o sexo dos bezerros. É um investimento alto, mas que mantêm a qualidade genética do rebanho.
? Você extrai da sua doadora um volume grande de ovócitos e com uma dose de sêmen você consegue fecundar todos esses ovócitos. Então, isso faz com que o preço do produto final acabe diminuindo ? explica Bispo.
Cada ovário da vaca possui cerca de 120 mil óvulos. Mas 99% deles ficam na parte interna do ovário e são microscópicos. Eles levam de quatro a seis meses para chegar à maturidade necessária à fecundação. No entanto, a maioria nunca passa desta etapa.
? A ideia é pegar esses ovócitos, que são imaturos, e, ou preservá-los, o que significa congelá-los para utilização futura, ou tentar fazer com que eles cresçam e se desenvolvam in vitro e cheguem talvez a produzir um embrião ? explica a pesquisadora da UnB, Carolina Lucci.
Por enquanto, a técnica só teve sucesso entre camundongos. O desafio agora é obter o mesmo resultado no rebanho.
? A partir do momento em que eu tenha uma vaca com excelente produtividade, uma vaca top de linha, ela pode ter muitos mais filhotes do que ela teria naturalmente ou com uso de técnicas que já estão comercialmente disponíveis como a transferência de embriões ou a produção in vitro de embriões ? afirma Carolina.
Ainda não ha previsão de quando a pesquisa será concluída, mas pecuaristas como Alexandre Bispo aguardam ansiosos por mais este avanço.
? Estamos aguardando essas informações de novas tecnologias para tentarmos inserir também nossos produtos nessas tecnologias ? diz o pecuarista.