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O indicador do boi gordo da Esalq existe desde 1994, mas as pesquisas no Cepea iniciaram já na década de 80. Para formar o índice diário uma equipe de cerca de 10 pessoas, conversa com 500 criadores e entra em contato com mais de 5 mil agentes pecuários, por meio de ligações eletrônicas, para verificar os preços praticados nos negócios.
– Como diz o nome, é um indicador de preços. O pecuarista deve olhar o índice das praças como balizamento de mercado. Haverá peculiaridades de cada região e de distintas boiadas – pontua Carvalho.
Poder de mercado da indústria
O pesquisador citou uma recente pesquisa do Cepea, indicando que, no momento, “não há poder de mercado do comprador no processo de formação de preços da carne”.
– É importante destacar um ponto: poder de mercado é diferente de concentração de mercado. Há regiões do país em que você tem concentração de indústrias, então há poder de mercado. A gente buscou com uma ferramenta, por isso é apenas um primeiro passo, um primeiro estudo, chamada elasticidade-preço da oferta, onde relacionamos a relação do preço na quantidade vendida, ofertada. Então, calculamos um índice, se a elasticidade for maior do que 1, há poder de mercado. Se for menor do que 1, não caracteriza poder de mercado.
Sobre o pecuarista represar o boi na propriedade, esperando por aumentos na arroba para a venda, o que pode afetar o capital de giro, o pesquisador afirma que é necessário “conhecer o seu negócio”.
– Costumamos orientar: conheça seu negócio, quais os custos, preços, índices zootécnicos, assim, dá para saber se vale a pena segurar o animal ou não – afirmou.
Carvalho ainda trouxe dados sobre o custo da pecuária nos últimos anos. Assim como o desembolso do produtor tem sido maior, os preços praticados também se elevaram. Quanto ao PIB, em 2013, a atividade “dentro da porteira” representou 40% da pecuária brasileira.
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